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41 AutoData | Setembro 2022 países, com normas de segurança e meio ambiente iguais. Também precisamos tra- balhar para que políticas de promoção industrial aconteçam”. INTEGRAÇÃO DE AUTOPEÇAS A cadeia de autopeças também pede mais integração para que o processo já vis- to de desindustrialização seja interrompido. Números apresentados no Congresso por Raúl Amil, presidente da Afac, Associação de Fábricas Argentinas de Componentes, mostram que enquanto um terço das im- portações de componentes da Argentina provém do Brasil apenas 5% das compras brasileiras são argentinas. “Muitas vezes precisamos que a au- topeça esteja na Argentina. Mas se não houver escala, como o mercado local é pequeno, causa desânimo ao investidor, que começa a se questionar se vale a pena seguir no país. Temos também a questão de produzir peças com tecnologia em- barcada, adicionalmente ao problema de competitividade, que se agrava com a volatilidade da economia argentina, que passa por momento desafiador.” Cláudio Sahad, presidente do Sindi- peças, disse que muito da diferença na questão das importações diz respeito ao tamanho dos mercados locais e ao volume de produção. Ele assinalou que nas duas últimas décadas os países latino-america- nos vêmperdendo relevância na produção de autopeças. O valor adicionado gerado pela indústria de transformação no PIB do continente, que era de 24,9% nos anos 1990, no ano passado recuou para 18,3%, de acordo com dados da Unido ONU, Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. Para efeito de comparação em 2020 esse porcentual era 31,3% na China sozinha e de 15,9% nos Estados Unidos. Na Índia era 3%, no México, 1,4% e, no Brasil, 1,3%. “Quando falamos em políticas indus- triais é no sentido de conseguir melhorar nossa competitividade. Hoje vivemos momento especial para a América La- tina, nessa mudança do pensamento pró-localização. Temos oportunidade enorme de localizar produtos e aumentar nosso volume e, consequentemente, ter integração maior no fornecimento mundial.” No ranking mundial elaborado pela Unido ONU, composto por 154 países, o país mais bem colocado do continente é o México, em vigésimo lugar, o Brasil em 42º e a Argentina em 57º. Sahad resumiu: “Competitividade é a palavra-chave para mudar isto”. [Com reportagens de André Barros, Caio Bednarski, Pedro Kutney e Soraia Abreu Pedroso]

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