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81 AutoData | Setembro 2022 do passado não tinham nada disso nem como item opcional. O projeto C-Cubed foi planejado pela PSA antes da fusão com a FCA. A ideia foi produzir ummodelo compactomais barato do que o padrão europeu sobre a platafor - ma CMP, da PSA, o que levou o desenvol - vimento para as subsidiárias no Brasil e na Índia, dois mercados de baixa renda. Inicialmente a PSAdestinou R$ 220mi - lhões para introduzir a variante de baixo custo da plataforma CMP em Porto Real, não só para produzir o novo C3, mas outros dois modelos. Depois da fusão o projeto foi revisto pela Stellantis e o investimento aumentou para R$ 1 bilhão, já prevendo o aumento da produção na fábrica, que em setembro iniciou a contratação de mais 340 trabalhadores que vão se juntar aos 1,5 mil já em atividade na unidade para, em outubro, reabrir o segundo turno de trabalho – que foi suspenso em fevereiro de 2020 devido aos baixos volumes dos modelos emprodução, o Citroën C4 Cactus e o Peugeot 2008. Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis América do Sul, antes da fusão o projeto do novo C3 previa o desenvolvi - mento de fornecedores divididos meio a meio com Brasil e Índia: “Mudamos total - mente a equação. Estamos trazendomuitos desses componentes para produção local, o que é bompara o produto, que ganha em competitividade logística e fiscal, e é bom para os fornecedores, que produzem em maior escala”, afirmou o executivo durante o 4º Congresso Latino-Americano de Ne - gócios da Indústria Automotiva, realizado em agosto por AutoData. Com esta mudança de estratégia o ín - dice de nacionalização do C3 aumentou significativamente, passa dos 70% e chega a 90% na versão 1.0 mais barata, segundo o gerente de produto César Rosolen: “Des - ta forma conseguimos reduzir bastante a dependência de componentes importados que estão em falta”. Mas não totalmente pois a produção do C3 em Porto Real de - veria ter sido iniciada em março passado mas foi atrasada em cinco meses devido aos problemas de fornecimento que a in - dústria vem enfrentando. Já sob o guarda-chuva da Stellantis América do Sul o desenvolvimento do novo C3 para ser produzido no Brasil so - mou 1 milhão de quilômetros rodados com o carro em testes de campo no Brasil, na Argentina, na Suécia e outros países, en - volvendo cem engenheiros do grupo em 1 milhão de horas dispensadas a trabalhos de engenharia, com mais de seiscentos ensaios de laboratório e 15 mil horas de testes de durabilidade no South America Tech Center de Betim e no Circuito dos Cristais em Curvelo, MG.
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