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9 AutoData | Setembro 2022 UM PLANO PRA FUGIR DA CADEIA 3 E isto serve, também, para outro campeão de Fórmula 1 brasileiro, hoje motorista de Rolls Royce no Eixo Monumental. UM PLANO PRA FUGIR DA CADEIA 4 A propósito disto tudo: dias depois de críticas àquele ex-campeão por apoiar publicamente um candidato à Presidência, em 2018 (veja Lentes na edição 349 de AutoData), telefona José Luiz Gandini, o capo da Kia aqui, para jurar que não sabia da disposição do ex-campeão de fazer proselitismo político em evento que ele, Gandini, pagara do bolso – sinal que a história não tinha pego bem. E agora Gandini volta à notoriedade duvidosa: é seu, e registrado em seu nome, o carro com que ex-ministro do Meio Ambiente, adepto de porteiras abertas e candidato a deputado, atropelou uma moto na sexta-feira, 2 de setembro, em São Paulo, de acordo com informação do portal UOL. Trata-se de coincidência atroz e que revela o de sempre. DESINDÚSTRIA “As entidades perderam a capacidade de influir decisivamente em políticas públicas de interesse geral”, escreve Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos e na Inglaterra e presidente do IRICE, Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, em artigo publicado pelo O Estado de S. Paulo na sua edição de 23 de agosto. No plural do início da frase ele arrola, também, confederações, federações e associações de representação industrial. Acredita que esta situação é resultado do esgotamento “do modelo que beneficiou o setor nos últimos sessenta anos, baseado no protecionismo, representado por barreiras tarifárias e não tarifárias, reserva de mercado, subsídios e incentivos fiscais, política cambial (...). Além das questões estruturais [custo Brasil] e do atraso tecnológico, (...), surgiram problemas com a falta de insumos e a alta de energia (...), com os impactos negativos gerados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia”. Diz o embaixador que as entidades representativas da indústria e dos trabalhadores não tiveram, nos últimos anos, “a capacidade de formular propostas para a modernização do parque industrial brasileiro que pudessem sensibilizar os governos de turno”. DESINDÚSTRIA 2 O embaixador atrela a ideia de uma “estratégia para promover a recuperação do setor em consonância com os interesses mais gerais do País”, a partir do tripé reindustrialização, agenda de competitividade e abertura da economia, via negociação de acordos comerciais. Ele enfatiza os interesses mais gerais do País. Ao fim do artigo o embaixador reconhece que “a relação das entidades do setor produtivo e sindical com o Estado envelheceu. Criadas em momento diferente do capitalismo brasileiro elas não acompanharam as mudanças ocorridas na sociedade. A ação política dessas entidades exigirá a revisão da forma de defender seus interesses”. O embaixador não arrolou números mas segundo dados do IEDI, Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, de junho do ano passado, de 1980 a 2020 a responsabilidade das empresas especializadas em manufatura sobre o PIB brasileiro “recuou constantemente”, e aumentou o grau de industrialização de outros países, da economia mundial. A indústria brasileira, afinal, viu baixar sua participação no PIB de 21,1% em 1980 para 11,9% em 2020 – no mundo o crescimento, no mesmo período, foi de 15,6% para 16,5%.

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