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47 AutoData | Dezembro 2022 inclusão na mensalidade da assinatura dos custos de seguro e manutenção, que são negociados por empresas em grandes volumes por valores baixos, que o cliente individual não conseguiria. E ao fim do contrato ele não precisa se poreocupar com a revenda. Para Pagliarini a operação é lucrati- va porque tudo está sob o controle das empresas: o preço do veículo novo, valor do usado ao fim do contrato, prêmio do seguro, custos de manutenção: “Então o custo para o cliente individual é um pou- co maior, mas ele tem várias seguranças: sabe o que vai acontecer, ao contrário do que se ele fosse comprar o carro”. Dentre os diversos segmentos de ve- ículos Pagliarini enxerga maior potencial das assinaturas para os modelos de luxo, elétricos e comerciais leves populares: “Mais no luxo porque essas pessoas são early adopters, querem ver novidade, di- rigir um carro de alta tecnologia”. MAIS BARATO DO QUE FINANCIAMENTO Para Milad Kalume Neto, diretor da Jato, o crescimento das assinaturas de veículos no Brasil é forte e gradativo, mas ainda não consolidado: “O caminho é justamente o desta consolidação”. Na sua opinião os preços elevados dos car- ros novos, o aumento da disponibilidade dos serviços de locação de longo prazo pelas próprias montadoras e a mudan- ça da mentalidade do consumidor são fatores que alavancarão este novo canal de vendas. A modalidade é lucrativa e ao que tudo indica só tende a crescer, segundo avalia Kalume Neto: “É tão lucrativa que grandes montadoras estão com opera- ções ou planos de operação de empresas por assinatura, bem como instituições financeiras e empresas tradicionais que já estão no mercado há anos”. Para o consultor as montadoras pre- tendem atuar cada vez mais neste seg- mento não apenas como fornecedoras de veículos mas em todas as fases do processo e buscar uma parte da partici- pação deste segmento competindo jus- tamente com as empresas já existentes e consolidadas. Outro aspecto observado por Kalume Neto é que as fabricantes de veículos conseguem captar dinheiro no mercado de capitais por custos muito menores do que um consumidor pagaria para financiar um veículo, que hoje já bate nos 30% ano: “Os planos de assinatura estão se tornando mais atrativos do que a aqui- sição do carro por financiamento, e talvez também seja por isso que as vendas à vista estão aumentando significativa - mente com relação aos financiamentos”. Segundo levantamento da Anfavea as vendas à vista atualmente representam 65% do faturamento. Historicamente este porcentual era o oposto, com 65% a 70% dos carros vendidos por financiamento. Números sugerem que as assinaturas têm ligação direta com o aumento das vendas diretas à vista (veja tabela ao lado), pois emmuitos casos as montadoras fa- turam à vista os carros destinados a este tipo de locação diretamente para suas divisões ou empresas de assinaturas. Marca Participação de vendas diretas Pagamento à vista das vendas diretas Audi 52,7% 64,2% Chevrolet 50,5% 72,0% Fiat 66,5% 78,9% Jeep 79,7% 58,5% Renault 69,6% 71,5% Toyota 23,2% 49,7% Volkswagen 65,4% 41,7% A força do pagamento à vista nas vendas diretas Fonte: Jato (novembro/2022)

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