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17 AutoData | Setembro 2023 Seus antecessores diziam que o principal problema da Mercedes-Benz do Brasil é que a empresa não rendia lucros. O senhor espera que o atual plano de reestruturação restaurará a rentabilidade? Algumas pessoas dizem que há fortes expectativas dos acionistas em termos de dividendos. Alguns têm razão porque, depois da separação no Grupo Daimler da divisão de carros Mercedes-Benz e da Daimler Trucks, a operação ganhou mais transparência pelo lado do mercado de capitais. Os acionistas esperam por robusta rentabilidade da Daimler Truck globalmente mas também em regiões específicas, então há mais atenção e alertas sobre essas operações. Mas não creio que isto seja algo que devemos temer, é importante gerar receitas e lucros para investir em nosso futuro. A razão fundamental para ser rentável é que isto dá perspectivas aos nossos empregados aqui, traz desenvolvimento social e tecnológico para o Brasil e América Latina, e um fabricante sustentável e rentável garante aos nossos concessionários e clientes um futuro bem-sucedido com nossos produtos e serviços. Qual é sua percepção sobre o desempenho mercado brasileiro e latino-americano de caminhões e ônibus? O aumento de volumes e faturamento na América Latina depende do Brasil, é o maior mercado para a Mercedes- -Benz Truck & Buses no mundo e por isto monitoramos mais de perto. Vemos bons sinais como a queda dos juros, a reforma tributária, o PAC [nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento anunciado pelo governo em agosto] que beneficia obras de infraestrutura e deve demandar muitos caminhões. Há no horizonte fatores que nos dão confiança de uma situação melhor de demanda no Brasil em 2024. Na América Latina temos diferentes situações: na Argentina ainda não vemos muitas mudanças, os volumes estão estáveis, mas as eleições presidenciais este ano, em outubro, podem afetar o câmbio e a economia. Temos bons resultados em outros mercados da região como Peru e Colômbia, e no Chile o forte é a eletrificação, por isto já estamos levando para lá o [Mercedes-Benz] eActros [da Alemanha], o [Fuso] eCanter do Japão e o chassis de ônibus elétrico eO500U que começamos a produzir aqui e que também seguirá para outros mercados latino-americanos. Temos diferentes quadros na região mas no geral estamos mais otimistas com 2024. A Mercedes-Benz teve um arrojado ciclo de investimentos no Brasil de R$ 2,4 bilhões de 2018 a 2022, para lançar novos produtos e modernizar suas operações. Isto foi feito. E agora como fica? Com um plano de reestruturação em andamento a companhia continuará investindo no País como estão fazendo seus concorrentes? “ Estamos progredindo [com o plano de reestruturação]. O volume que temos hoje não é rentável, mas estamos lentamente melhorando a situação. Estou bastante confiante que em 2025 estaremos em um bom caminho.”

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