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39 AutoData | Setembro 2023 A Anfavea, associação que representa as empresas fabricantes de veículos no País, entende que o PAC chega em bom momento para dar estímulo adicional à economia, pois junto com o programa está no horizonte a queda da taxa de juros, crescimento do PIB, mais um recorde de safra de grãos e outros indicadores econômicos positivos. O cenário, portanto, ajuda a aquecer a demanda pela indústria de caminhões e máquinas. Conforme observa o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, “o PAC é uma grande oportunidade para o nosso setor, mas também um risco”. O temor, segundo o dirigente, é que a indústria nacional perca vendas para importações de máquinas: “Para além do melhor preço o programa deve ser estruturado para garantir produção e empregos no País, com a compra de produtos que atendem normas ambientais e de segurança”. Para Ana Helena Correa de Andrade, vice-presidente da Anfavea e diretora de relações governamentais da AGCO, o PAC abre oportunidade de discutir licitações para favorecer a indústria local: “O impacto do programa pode ser menor e mais curto sem o envolvimento de empresas instaladas no País. Precisam ser adquiridos produtos que contem com uma rede de assistência técnica”. Foto: Sérgio Barzaghi/Governo do Estado de SP Virrage Images/shutterstock PLANOS De forma geral as empresas que podem ser mais beneficiadas reconhecem o potencial do novo PAC para os negócios. A Mercedes-Benz, por exemplo, está se debruçada em planos para ganhar mais participação de mercado assim que as obras do programa começarem a refletir a necessidade de compra de novos caminhões. Seu vice-presidente de vendas e marketing, Roberto Leoncini, afirma que a rede de concessionárias está sendo preparada para a demanda e já houve conversas com parceiros: “Agora precisamos identificar quem serão os players que devem assumir as grandes obras e comprar caminhões”. Leoncini diz que um programa da magnitude do PAC chega no favorável momento em que a empresa amplia a sua linha de caminhões off-road, com a complementação da família Arocs, que deverá ser a mais procurada pelas empreiteiras. O executivo sublinha que a Mercedes- -Benz detém 45% de participação no segmento de caminhões fora-de-estrada e este é mais um motivo para ter otimismo: “Precisamos entender qual será a velocidade dessas obras. A indústria precisará se organizar, pois os caminhões dedicados a projetos de infraestrutura são feitos sob demanda, não é um produto que você encontra na prateleira”. Mesmo assim Leoncini avalia que a Mercedes-Benz e outras montadoras terão fôlego suficiente para atender aos pedidos de produção de caminhões que serão destinados às obras do PAC. O executivo diz que hoje o cenário é diferente de dois anos atrás, quando havia gargalos significativos provocados por falta de semicondutores, o que fez o ritmo de produção despencar em diversos momentos, “mas hoje temos um período normal para entrega dos nossos produtos”. IMPLEMENTOS A REBOQUE Assim como haverá impactos para a indústria de caminhões o PAC deverá puxar a reboque as vendas de implementos

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