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117 AutoData | Outubro 2023 ainda para dizer se avançaremos um ou dois dígitos. Queremos crescer e estamos trabalhando para isto”. O executivo ressalta que os juros nas alturas foram o grande entrave para o mercado este ano, afetando especialmente os segmentos de caminhões médios e semipesados, bastante influenciados pela economia local. Com a redução da taxa ele acredita na possibilidade de recuperação para os próximos meses. “Ante as dificuldades enfrentadas em decorrência do Euro 6 no primeiro semestre o mercado agora passa por processo de estabilização. Então começaremos a ver reflexos positivos em caminhões e apostamos em reação a partir do último trimestre, ritmo que deverá se manter em 2024.” A Mercedes-Benz trabalha com projeção de expansão do PIB de apenas 1% no ano que vem, considerando Selic a 10% ao ano e inflação a 4,1%, com câmbio a R$ 5,14. Para o mercado de caminhões Puchert espera impacto positivo gerado pelas obras de infraestrutura induzidas pelo novo PAC, Plano de Aceleração do Crescimento: “Claro que é preciso entender a velocidade com que o programa acontecerá, mas é muito provável que ele gere estímulo às vendas de modelos fora-de-estrada”. A exportação de minérios, que deve seguir em alta, também estimula o segmento e evitou queda maior do mercado em 2023: “Se tivermos juros atrativos no mercado o transportador terá condições de financiamento e espaço de crédito para comprar mais produtos”. “Além disso o governo tem investido no Plano Safra e dado suporte para a agricultura, sustentando este setor”, acrescenta o executivo. INVESTIMENTOS Havendo estabilidade e previsibilidade, e podendo contar com cenário mais sustentável para crescimento, investimento e tecnologia, o que deverá ser intensificado com a segunda fase do Rota 2030, o Mobilidade Verde e Inovação, o plano é atrair novos investimentos para a unidade brasileira da Mercedes-Benz. “ O atual momento exige estruturas e produção mais enxutas, focadas no core business e mais alinhadas com as necessidades atuais e futuras da indústria automotiva.” Achim Puchert, presidente Mercedes-Benz do Brasil O executivo assegurou que já foram iniciadas discussões para um próximo ciclo de investimentos em produtos e serviços: “É um processo que está em andamento. Falaremos sobre isto oportunamente”. O plano de transformação da Mercedes-Benz está pavimentando o caminho para os próximos anos, garantiu Puchert, ao lembrar do recente ciclo de R$ 2,4 bilhões no período de 2018 a 2022, com recursos destinados a novos produtos, modernização das linhas de produção 4.0, novos serviços e tecnologias de conectividade. Destaque para o chassi de ônibus eO500U, primeiro modelo elétrico desenvolvido no Brasil para o País e a América Latina: a produção foi iniciada neste semestre em São Bernardo e as cinquenta primeiras unidades começaram a ser entregues para o transporte coletivo de São Paulo. Sobre as apostas para a descarbonização a Daimler Truck, que até 2030 projeta que 60% de suas vendas na Europa sejam de veículos zero emissão, concentra seu planejamento em veículos movidos a bateria e célula de hidrogênio. Ao mesmo tempo descarta o gás natural, que avalia como caro e emissor de CO2. Puchert destaca que a Mercedes-Benz do Brasil é unidade de competência mundial para projetos de chassis de ônibus e tem um centro de desenvolvimento de caminhões: “Nossa engenharia contribui diretamente com o desenvolvimento de produtos não apenas para o País mas para todas as operações da Daimler Truck”.

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