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123 AutoData | Outubro 2023 Mesmo com todas as dificuldades de abastecimento de peças em 2022 saíram das linhas da fábrica que a Volvo mantém em Curitiba, PR, 31 mil caminhões, volume também histórico para a companhia no País. Este ano, sem a necessidade de paradas relevantes na produção da fábrica, o ritmo seguiu dentro do planejado pela companhia, segundo o diretor executivo. A fábrica paranaense, além do Brasil, abastece toda a América Latina. Segundo Cavalcanti seus principais mercados, Chile, Peru e Argentina, enfrentaram adversidades econômicas durante o ano que atrapalharam o ritmo das exportações: “Para 2024 acreditamos que esses mercados devem manter a proporção atual, representando cerca de 15% dos volumes de nossas entregas. Mais recentemente iniciamos exportações para a Colômbia, onde a Volvo é uma marca consolidada em ônibus e vemos bom potencial também para caminhões”. CENÁRIO ECONÔMICO A Volvo não se arrisca a fazer projeções macroeconômicas: seu diretor para caminhões diz seguir as estimativas divulgadas semanalmente pelo Boletim Focus, do Banco Central. Acredita, entretanto, na redução gradual da taxa de juros: “É importante para que o transportador possa fazer projeções mais precisas nos programas de renovação de frota”. Do governo ele diz esperar estabilidade econômica e previsibilidade, algo que na sua avaliação já está colocado na atual agenda econômica, mas julga ser “importante firme determinação para mantê-los”. Outra agenda importante que a companhia espera avanços é a aprovação da reforma tributária, que atualmente tramita no Congresso. Iniciativas como o programa de descontos do governo, lançado a partir da Medida Provisória 1175, são bem-vindas para o executivo, que considerou uma boa ação no sentido de melhorar a produtividade da frota de caminhões com produtos mais econômicos, seguros e ambientalmente corretos. Lamentou, porém, a forma como foi feita: “A medida do governo foi um passo simbólico na direção de renovar a frota com produtos melhores. Mas a execução da iniciativa não alcançou o cliente médio. É preciso um modelo que possibilite a transição em todas as camadas do mercado de caminhões, abrangendo veículos novos, seminovos, usados e antigos, de modo a tornar a mudança entre essas categorias acessível para todos os tipos de transportadores”. ELETROMOBILIDADE Em 2023 a Volvo iniciou os testes no País com o caminhão FM Electric, 100% elétrico, em clientes potenciais. “Somos líderes em elétricos pesados na Europa e nos Estados Unidos, com quase 6 mil caminhões, dentre veículos entregues e encomendados. No Brasil estamos estruturando ainda a nossa política comercial”. Cavalcanti acredita, porém, que os motores a combustão interna ainda terão vida longa dentro do segmento de transporte. Citou como exemplo as soluções de baixa emissões, como o diesel verde R5 apresentado recentemente pela Petrobras, como alternativa para a redução de emissões. Produzido por coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, que varia de 5% a 10%, o combustível foi adotado pela Volvo no consumo de sua fábrica, tanto nos trabalhos conduzidos nas pistas de testes, tarefas e avaliações em laboratórios até o primeiro abastecimento do tanque dos veículos que saem da linha de produção. “O grande objetivo é a descarbonização. A Volvo tem metas ambiciosas de reduzir em 50% o CO2 nos veículos da marca até 2030 e em 100% até 2040. Parte disso será atingido com caminhões elétricos e outra parte com motores a combustão com outras alternativas energéticas.”

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