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133 AutoData | Outubro 2023 a fábrica de Córdoba, Argentina. Quando voltou, em 2018, foi nomeado CEO da então FCA Latam e seguiu na liderança na região após a fusão com a PSA que criou a Stellantis, em 2021. Como presidente da operação sul- -americana Filosa deixa herança positiva: ele manteve em alta a relevância da região para o grupo com entrega de resultados operacionais e financeiros, apurando lucros expressivos. Sob sua gestão a empresa continuou a tocar investimentos de R$ 16 bilhões, com dezenas de lançamentos e inovações, como o Jeep Commander e a picape Rampage, primeira Ram produzida fora dos Estados Unidos, além do desenvolvimento de plataformas eletrificadas com elevado grau de nacionalização, das quais devem derivar produtos que começam a ganhar as ruas já no ano que vem. Filosa soube rapidamente aproveitar as sinergias que a fusão trouxe e que consolidaram o crescimento de todas as marcas do grupo na América do Sul, onde a Stellantis tornou-se líder absoluta de vendas, notadamente com Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram. Em menos de três anos após a união da FCA com a PSA a Fiat, com a renovação da Strada e lançamentos de dois SUVs, o Pulse e o Fastback, voltou a ser a número 1 em vendas no Brasil e com isto também tornou-se a marca mais vendida do grupo no mundo, a Jeep passou a frequentar com constância a lista dos dez veículos mais vendidos do mercado brasileiro, e Peugeot e Citroën, que há anos só perdiam participação e juntas tinham menos de 1% dos emplacamentos no País, voltaram a crescer e hoje têm pouco mais de 3%. A Ram, até então uma marca de nicho, cresce a taxas de três dígitos porcentuais e deve superar seus próprios recordes com o lançamento da Rampage nacional. SUCESSOR CONHECIDO O desempenho da operação sul-americana sempre rendeu reconhecimento do CEO global do grupo, Carlos Tavares, que veio da PSA mas prestigiou a bem-sucedida gestão da FCA na região e manteve Filosa na direção. Agora Tavares promove o executivo ao mesmo tempo em que traz de volta outro ex-Fiat/FCA para cuidar das operações sul-americanas. Na Jeep Filosa sucederá a Christian Meunier, que decidiu se desligar do grupo para se dedicar a projetos pessoais. E o seu posto de vice-presidente executivo da Stellantis e COO, chefe de operações, na América do Sul será ocupado por um velho conhecido, o também italiano Emanuele Cappellano, que assim como ele fala bem o português e já conhece o Brasil, onde trabalhou por sete anos. Cappellano é economista formado pela Universidade Foscari de Veneza, Itália, com especialização em finanças corporativas e contabilidade pela Universidade de Estudos de Turim. Dedicou, assim, a maior parte de sua carreira à área de finanças. Ingressou na controladoria na sede do então Grupo Fiat, em Turim, em 2002. Em 2014 foi expatriado para trabalhar no Brasil, no planejamento financeiro da FCA Latam. Em 2017 Capellano subiu para a direção das finanças na região, nomeado CFO da FCA na América Latina, cargo que seguiu ocupando após a fusão com a PSA que criou a Stellantis, em janeiro de 2021. Mas no mesmo ano, em outubro, o executivo decidiu mudar o rumo de sua carreira: voltou à Itália para assumir a direção de estratégia e desenvolvimento do Grupo Marcolin, fabricante de óculos de sol e armações que produz para dezenas de marcas, como Adidas, Guess, BMW e Harley-Davison. Ao que indicam os últimos balanços divulgados da Stellantis América do Sul tudo está como Capellano gostaria que fosse quando foi o chefe financeiro da empresa, até 2021. Dois anos depois ele volta à empresa, ao setor automotivo e ao Brasil para exercer outra função, mas com o caixa cheio de recursos e liderança de vendas. Não que seja fácil, mas começar na nova posição com a casa arrumada deixa o caminho mais bem pavimentado para o primeiro grande desafio: aprovar um novo e bilionário plano de investimento para a região que deverá garantir as conquistas já alcançadas. Emanuele Cappellano volta à Stellantis em novembro para assumir o lugar de Filosa

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