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20 Outubro 2023 | AutoData FROM THE TOP » JOSÉ MAURÍCIO ANDRETA JR, FENABRAVE uma alavancada no volume. Temos aumento do delivery, das vendas pela internet, são modelos de negócios em que as entregas são feitas por motocicleta. Além disso muita gente vem adotando a moto como o segundo veículo da família. Então vejo um futuro muito promissor. O senhor acredita que há espaço no mercado brasileiro para o consumidor continuar pagando os atuais preços dos automóveis, cujo tíquete médio em 2023 está na casa dos R$ 140 mil? Para termos mais escala será preciso baixar os preços dos veículos da base. O carro de R$ 70 mil precisa passar a custar R$ 60 mil, e assim por diante. Pelos nossos estudos ao fazer estas reduções de preço poderíamos acrescentar de 350 mil a 500 mil automóveis por ano no mercado, porque o consumidor deixaria de trocar o seu usado por um usado mais novo e voltaria a buscar o zero-quilômetro. Quais os principais pontos da agenda macroeconômica do Brasil que precisam avançar em 2024 para melhorar os resultados da indústria automotiva? Taxa de juros, aprovação de crédito, prazos de pagamentos mais extensos e aumento do poder aquisitivo da população. Todos esses itens trazem um cenário perfeito para aumentar o volume de automóveis. E tem um fator psicológico na aprovação da reforma tributária, que ajudaria a desencadear todo o resto. Como a Fenabrave entende que será a oferta e a concessão de crédito para financiar compras automotivas no varejo em 2024? O crédito é dado a quem consegue pagar. Hoje para retomar o bem a financeira demora um, dois anos, e isso é perda paga por quem tem as contas em dia, porque entra no custo do financiamento. Se conseguirmos aprovar o projeto da retomada do bem mais rápida teremos mais liberação de crédito. Aí o banco, com a inadimplência menor, reduz a taxa de juros, estica o prazo e a parcela volta a caber no bolso do consumidor. Como está a interlocução do setor varejista com o governo? Quais os principais pleitos e desejos que a Fenabrave tem atualmente? A Fenabrave hoje tem total liberdade e acesso ao MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços]. O governo nos tem ouvido, sabemos que nem sempre é possível fazer tudo o que gostaríamos, mas temos uma interlocução boa. A MP 1 175 mostrou que o projeto que apresentamos é viável, pode ser adotado no longo prazo e não aumenta os gastos do governo. E resolve o que estamos querendo resolver: trazer o consumidor de volta ao mercado de zero-quilômetro, reduzir a poluição com veículos novos e aumentar a escala da indústria. “ Para termos mais escala será preciso baixar os preços dos veículos da base. O carro de R$ 70 mil precisa passar a custar R$ 60 mil, e assim por diante.”

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