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52 Outubro 2023 | AutoData PERSPECTIVAS 2024 » MACROECONOMIA estariam trazendo benefícios à expansão da economia. A Tendências projeta impulso econômico de 2,6% e de 1,5% para 2023 e 2024, respectivamente. A inflação, por sua vez, deve ficar em torno de 5% e 3,8% no ano que vem, a taxa Selic desce de 11,75% a 9,25% e o dólar ficaria no intervalo de R$ 4,95 a RS 5,05. A desaceleração prevista de 2023 para 2024 é justificada pelo esfriamento da economia mundial, decorrente da alta dos juros promovida pelos bancos centrais para conter a inflação, que repercute na atividade econômica externa e do Brasil. Outro impacto negativo é atribuído ao efeito defasado da política monetária, considerando que a redução da taxa de juros demora de seis a oito meses para ser sentida na atividade econômica, sendo um limitador de consumo e de investimentos. O terceiro freio é o recuo do agronegócio, pois será difícil superar o aumento extraordinário de 13% em 2023, ancorado nas colheitas recordes de milho, soja e algodão. “Para o ano que vem temos ainda o agro forte, a indústria ganhando um pouco mais de tração e serviços desacelerando um pouco, mas com aumento do PIB na casa de 1,5%. Esperamos que indústria de transformação, construção civil e os investimentos, que sofreram mais em 2023, tenham melhor comportamento.” PONTOS DE ATENÇÃO Tereza Fernandez, consultora econômica da Fenabrave, que reúne os distribuidores oficiais de veículos, prevê aumento do PIB de 3% e de 2% em 2023 e 2024, respectivamente. Ainda no comparativo dos dois anos o IPCA deve recuar de 5% para 4%, a taxa Selic de 11,25% para 10%, o câmbio de R$ 5 para R$ 4,70 e o desemprego permanece quase estável, de 8,8% para 8,7%. A economista observa que, pelo lado da oferta, o primeiro semestre foi impulsionado pela agropecuária, indústria de mineração e serviços, tendo no lado oposto o baixo desempenho da indústria de transformação, onde está enquadrado o setor automotivo. Na outra ponta, considerando a demanda, o que puxa o PIB para o alto são as exportações, principalmente de commodities agrícolas, e o aumento dos gastos do governo. “ Não adianta baixar Selic se, na ponta, o juro futuro não incorpora a queda, em razão do risco alto de inadimplência.” Tereza Fernandez, consultora econômica da Fenabrave Arquivo Pessoal PIB (%) Inflação IPCA (%) Inflação IGP-M (%) Juro Selic (% aa) Dólar (R$) Desemprego (%) Dívida pública líquida (% PIB) Conta corrente externa (US$ bi) Balança comercial (US$ bi) Investimento Estrangeiro Direto (US$ bi) 2024 1,5 3,9 4,0 9,0 5,02 8,5 63,9 -51,7 60,6 80,0 2023 2,9 4,9 -3,7 11,75 5,00 8,5 60,5 -42,6 72,9 80,0 As principais projeções do mercado Fonte: Relatório de Mercado Focus/BC out/2023

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