404-2023-10

55 AutoData | Outubro 2023 de desaceleração da economia, experimentada a partir do terceiro trimestre, uma vez que já foram contabilizados no primeiro semestre os impactos positivos do aumento da renda e do pico da safra. Baseado no movimento de compras por cartões de débito e de crédito com a tarja do Itaú Renault diz que já é possível observar a perda de dinamismo da economia em agosto. O índice revela retração de 1,3% no mês com ajuste sazonal, puxado pela queda nos pagamentos de serviços [-1,9%] e de bens [-0,6%], sendo que este último registra o desempenho de segmentos mais sensíveis ao crédito. O Itaú BBA projeta crescimento da economia de 2,9% em 2023 e de 1,8% em 2024, inflação IPCA de 4,9% e de 4,15%, desemprego na casa dos 8% e a Selic descendo a até 11,5% este ano e a 9% no próximo. Com relação ao câmbio a estimativa é de “ Não chegaremos ao déficit zero e não vejo problema com relação a isto, considerando o valor de manter ativa a busca do superávit primário.” Paulo Dutra, professor de economia da FAAP uma cotação de R$ 5,00 e de R$ 5,25 no encerramento dos anos em evidência. E com relação à inadimplência das famílias, que alcançou o pico, já aponta recuo. DETERIORAÇÃO FISCAL Paulo Dutra, professor de economia da FAAP, Fundação Armando Alvares Penteado, faz coro aos analistas que preveem alta do PIB em torno de 3% este ano, fomentada pelo aumento da massa salarial e recuo do desemprego, e de 2,5% para o próximo ano. No entanto ele destaca a deterioração do déficit fiscal, que ultrapassa R$ 100 bilhões, tendo como base um orçamento montado pelo governo anterior, o qual desconsiderou despesas contraídas pelo atual governo e tidas como fundamentais: “Vemos recentemente o socorro às vítimas de calamidades públicas para auxiliar municípios a bancar a reconstrução. E essa verba não estava na conta e amplia o endividamento público”. Dutra destaca, porém, o valor do entendimento do Ministério da Fazenda com o Banco Central para que a política fiscal não pressione a política monetária, o que permite a continuidade da redução da Selic, de forma linear, até 2024. E assim será possível a retomada do consumo e de investimentos até o ano que vem: “Não chegaremos ao déficit zero e não vejo problema com relação a isto considerando o valor de manter ativa a busca do superávit primário”. Com relação à taxa Selic o economista entende que ela será calibrada principalmente olhando para o mercado externo, para evitar fuga de capital e manter os recursos estrangeiros no País, em um recuo máximo de 0,75 ponto percentual, ou seja, ficando em 12% ao fim deste ano. O especialista alerta ainda para o risco no horizonte representado pelos constantes aumentos das cotações do petróleo, que podem puxar para cima os preços dos fertilizantes em um ano no qual a produção agrícola nacional não deverá ter fôlego para crescer na mesma proporção que se observa em 2023. Aline Canassa/Divulgação FAAP

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