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73 AutoData | Outubro 2023 O mercado não é maduro o suficiente para aumentar os impostos”. FALTA PREVISIBILIDADE Para Oliveira, que também ocupa a presidência da Jaguar Land Rover no Brasil, a falta de previsibilidade do governo cria um problema de planejamento para as empresas que pretendem importar ou até fabricar carros no Brasil. O assunto é tratado diretamente com o governo: “A informação oficial que temos é que o aumento do imposto está tramitando e deve ser aprovado na Camex [Câmara de Comércio Exterior] em outubro para já começar em novembro. O governo trabalha com escala para que os carros elétricos cheguem aos 35% em quatro anos e os híbridos em três”. Um dos pontos tratados, segundo Oliveira, é que, caso a alíquota de importação seja retomada, que pelo menos os carros já embarcados sejam protegidos da alta do imposto para que não saiam do País de origem com um preço programado e cheguem ao Brasil mais caros. A alta na taxação, no entanto, é tratada como boato por Alexandre Baldy, conselheiro e porta-voz da chinesa BYD. Durante o lançamento de uma versão do elétrico Dolphin, em São Paulo, o executivo afirmou que nada foi confirmado pelo governo e que, portanto, a BYD não considera a questão em seu planejamento – que inclui o início da produção no Brasil até o início de 2025. “Quando houver uma posição do governo a gente se posiciona”, afirmou. “Para mim isto é um boato. Até hoje não tivemos um comunicado do oficial.” Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais e governamentais da GWM Brasil e presidente da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, entidade que atua junto ao governo para que os impostos sobre elétricos não cresçam, diz que o mercado trabalha com todas as hipóteses mas não acredita que a alíquota chegue ao teto de 35%: “Estamos acompanhando de perto o que acontecerá. Talvez aumente só um pouco. Dificilmente vai voltar aos 35%. Mas estamos trabalhando com todas as hipóteses”. Para a ABVE, segundo Bastos, ainda não é o momento de aumentar os impostos, já que os volumes de carros elétricos vendidos são baixos. De acordo com o executivo estes carros que chegam de fora ajudam a introduzir a infraestrutura necessária para elétricos no Brasil e o aumento nos preços faria com que o consumidor desistisse da tecnologia antes mesmo da nacionalização. “O volume tem de ser suficiente para que se invista em infraestrutura, na produção de carregadores e baterias. Temos de trabalhar a rede elétrica para acompanhar os carregadores. Estamos mostrando esses dados ao governo. Estamos fazendo investimento em carregadores rápidos, para “ Estamos acompanhando de perto o que acontecerá. Talvez [o imposto de importação sobre elétricos] aumente só um pouco. Dificilmente voltará aos 35%. Mas estamos trabalhando com todas as hipóteses.” Ricardo Bastos, presidente da ABVE Arquivo Pessoal

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