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80 Outubro 2023 | AutoData deve se manter, embora as exportações, acredita, possam ter crescimento tímido: “Não devemos chegar ao nível de 2022”. O curto prazo, porém, é apenas uma pequena preocupação na cabeça do executivo, que observa atentamente os movimentos do governo, de quem espera apoio para estimular o setor: “Precisamos do apoio da iniciativa pública para estimular o mercado no curto e médio prazo. A reforma tributária será um marco importante para o setor automotivo, que é altamente tributado. A carga tributária no Brasil é de mais de 40%, comparada com 18% do México e menos de 10% nos Estados Unidos”. Chamorro chama a atenção também para o que chama de “assimetria tributária” – os benefício dos regimes regionais, no caso. A GM é contra a renovação até 2032 do Regime Nordeste, em nome da isonomia competitiva da indústria nacional. E o executivo disse que novos investimentos estão condicionados a essa competição isonômica: “Até o fim deste ano o ciclo de investimento iniciado em 2019 no Brasil [de R$ 10 bilhões] deve estar concluído e esperamos anunciar um novo em breve, uma vez que tenhamos maior clareza a respeito das condições tributárias assimétricas existentes no País”. ELETRIFICAÇÃO Das líderes em vendas do mercado brasileiro apenas a General Motors descarta o desenvolvimento de tecnologia híbrida flex para o powertrain de seus veículos: seu planejamento envolve o aprimoramento dos motores a combustão interna flex e salto direto para os 100% elétricos. A reportagem conversou com Chamorro antes da divulgação da nova fase do Rota 2030, ou Mobilidade Verde e Inovação, mas o executivo estava animado com o tratamento que o programa tende a dar à eletrificação. “A introdução de novas tecnologias no mercado brasileiro não será feita de forma disruptiva: acontecerá progressivamente. Por isto é preciso que o incentivo seja feito “ O setor automotivo na América do Sul sofreu repetidos períodos de desabastecimento global seguido por um desaquecimento do mercado.” Santiago Chamorro, presidente GMSA de forma gradual, conforme o menor impacto ambiental das diferentes tecnologias, com maiores estímulos para os elétricos, seguidos dos híbridos plugáveis e por fim os de combustão interna tradicional”, propõe o executivo. “O Rota 2030 oferece previsibilidade à medida que se criam políticas e parâmetros que estimulam essa nova industrialização progressivamente. Há diversos caminhos para essa transição, que pode passar por modelos CKD, SKD para, depois, quando tivermos maior volume e maior demanda, pensarmos na produção completa de um EV por aqui.” A produção local, porém, só acontecerá depois que o mercado de elétricos estiver desenvolvido – e o Rota 2030, segundo o executivo, colaborará porque terá capítulos que tratarão da infraestrutura de carregamento destes veículos: “De maneira geral a GM tem a filosofia de produzir onde vende. Por isto uma vez que o consumidor mostrar adesão ao carro elétrico é possível que tenhamos uma fábrica de elétricos por aqui no futuro”. Chamorro diz que o Brasil e a América do Sul têm potencial para se tornar polo de desenvolvimento, produção e exportação de tecnologias e veículos elétricos, por estarem na região as maiores reservas globais de minérios utilizados na produção de baterias, o know-how da engenharia local, o parque industrial moderno e avançado e a energia limpa gerada no Brasil. PERSPECTIVAS 2024 » GENERAL MOTORS

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