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17 AutoData | Março 2024 Ou há uma coordenação do Sindipeças que torna comum este trabalho junto às entidades governamentais? Eu acho que o trabalho que o Sindipeças faz é muito louvável, de colocar todas as empresas juntas, sejam elas multinacionais sejam elas nacionais, sejam elas grandes sejam elas pequenas. É um trabalho sensacional. Agora, por outro lado, também falta um pouco de união de todos, para que a gente possa ter representatividade maior em um determinado segmento ou junto a um determinado cliente, como nas políticas de importação. Mas o Sindipeças tenta, da melhor forma possível, agregar a todos com um objetivo comum. Estamos vivendo e relatando o maior ciclo de investimento da história da indústria automotiva no Brasil. Já foram anunciados, segundo os cálculos do MDIC e da Anfavea, perto de R$ 95 bilhões em investimento só de montadoras. E a Anfavea já fala que vai passar dos R$ 100 bilhões. O senhor acredita que a indústria de autopeças seguirá este mesmo caminho e acreditará no futuro que as montadoras estão vendo no Brasil? Eu não tenho dúvidas. Como já disse nossas empresas, somente este ano, estão investindo mais de R$ 100 milhões em aumentos de capacidade, em novas tecnologias, engenharia, desenvolvimento. O parque de fornecedores instalado é enorme. Eu não tenho dúvidas de que os investimentos virão na mesma proporção para que sustentemos todo este investimento e todas as tecnologias que as montadoras colocarão aqui. aplicadas para atingir a descarbonização. Esta é uma oportunidade para incrementar o negócio dos autopartistas aqui no Brasil ou é uma fronteira que deixará muita gente fora do mercado? No caso das nossas empresas costumo brincar que, independentemente da tecnologia de propulsão adotada, todos os carros utilizarão rodas, todos terão bancos, todos disporão de ar-condicionado, peças fundidas e estampadas. Então eu vejo oportunidades. Não vejo nenhuma barreira porque temos todas as tecnologias necessárias para veículos, tanto para o híbrido, quanto para o elétrico, quanto para o movido a combustão. Muito se fala na neoindustrialização do Brasil, especialmente no setor de autopeças, que hoje importa grande parte dos componentes de maior sofisticação tecnológica. Como diz o prenome de todas as suas empresas de autopeças o senhor se considera um neoindustrializador? Quando usamos o nome Neo nas empresas é muito mais para apontar o novo, fazer diferente, fazer melhor. E é o que nós temos tentado fazer em todas elas. Atender bem aos clientes, termos uma empresa gostosa de se trabalhar, gostosa de vir a ela todos os dias, bastante focada nas pessoas, no desenvolvimento de toda a equipe, de todos os nossos negócios. Então, sim, eu considero que nós somos uma neo em todos os aspectos. E como o senhor avalia a atuação do setor de autopeças no Brasil? As empresas trabalham suas demandas sozinhas?

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