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89 AutoData | Março 2024 encerrou atividades industriais no Brasil em 2021, não quis revender o terreno diretamente à companhia chinesa e fechou transação com o Estado da Bahia apenas no início de dezembro, o que obrigou o governo estadual a abrir licitação para repassar o ativo. Isto abriu a brecha para a Lecar, fabricante brasileira de veículos elétricos que ainda não produz nada, que cerca de uma semana antes de a BYD concluir o negócio manifestou interesse na planta. O movimento da Lecar levantou dúvidas sobre as reais intenções dda BYD, que já tratava do complexo como se fosse seu. O governo baiano, por obrigação legal, até orientou o novo pretendente em como participar da licitação e o dono da Lecar, Divulgação/BYD Flávio Figueiredo Assis, chegou a visitar as instalações e inspecionou o maquinário. Mas no fim foi honrado o acordo com a BYD, que pagou R$ 287,8 milhões pela compra do terreno de 4,6 milhões de m². FÁBRICA NOVA Todos esperavam que os antigos prédios da Ford, inaugurados no complexo em 2001, fossem reaproveitados à medida que a plata foi toda pensada para produzir veículos. No entanto a empresa decidiu construir novas instalações, do zero. Segundo a BYD a ampliação do investimento para R$ 5,5 bilhões inclui a construção de novos prédios de produção em área de 1 milhão de m2 ainda não ocupada do terreno em Camaçari. A capacidade inicial será 150 mil unidades/ano, inicialmente com muitas peças importadas da China, para montagem dos modelos elétricos Dolphin, Dolphin Mini e Yuan Plus, além do híbrido plug-in Song Plus. Mas a fabricante diz que já está no plano dobrar a capacidade para até 300 mil/ano. Assim as edificações que foram construídas pela Ford, segundo o conselheiro Alexandre Baldy, serão usados por fornecedores de componentes: “Nosso plano é atrair fornecedores nacionais e internacionais para termos ao menos 70% de conteúdo local em até cinco anos”, afirmou na cerimônia realizada no complexo em 5 de março, com a presença do governador baiano, Jerônimo Rodrigues, e do presidente da BYD Brasil, Tyler Li. Baldy voltou a confirmar um objetivo que, com a demora normal para se construir fábricas do zero, parece bastante difícil de ser cumprido: “Até o fim do ano pretendemos produzir o primeiro veículo em Camaçari”. O cronograma é apertado, mas o chairman garantiu já ter em mãos licenças ambientais provisórias e espera, em breve, conseguir as definitivas. De acordo com o executivo a decisão de construir do zero ocorreu pelo fato de a Ford ter prazo até outubro para retirar equipamentos da área e a BYD tem pressa. Baldy confirmou que ainda existem máquinas da montadora nos prédios. Tyler Li, presidente da BYD Brasil, assina o contrato de compra do complexo de Camaçari: R$ 287,8 milhões.

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