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14 FROM THE TOP » EMANUELE CAPPELLANO, STELLANTIS Abril 2024 | AutoData com etanol: esta é a melhor solução para o País? Ou deixa o Brasil um pouco isolado do resto do mundo? Eu acho que é a melhor solução para o País porque sustentabilidade é fundamental. Optar por tecnologias híbridas, que utilizam a matriz energética que existe no País, o etanol, do ponto de vista de custo é muito mais sustentável para o consumidor brasileiro. Hoje, por exemplo, fazer um carro elétrico puro tem um custo de, no mínimo, US$ 10 mil a mais do que um carro tradicional. São R$ 55 mil. Quem vai poder sustentar um incremento de R$ 55 mil no custo do carro? Então acho que esta rota tecnológica vai alavancar o ponto de força do País, sua matriz energética, para deixar a mobilidade sustentável. Não acho que o Brasil sentirá isolamento: ao contrário as tecnologias que nós estamos trazendo se aplicam em outras regiões do mundo. A hibridização é igual, mesmo que seja um motor tradicional ou um flex, por exemplo. Além disto vários países estão olhando com muito interesse o biocombustível. Então não será isolamento, mas vantagem competitiva. O governo lançou o Mover, Mobilidade Verde e Inovação. O programa é suficiente para estimular o desenvolvimento tecnológico necessário para a descarbonização da indústria automotiva e de seus produtos? A grande vantagem do Mover é que ele oferece previsibilidade, estabelece metas claras e também incentivos para pesquisa e desenvolvimento. O fundamental é comunicar de forma clara para a indústria qual é o objetivo a ser alcançado em 2030. Isto abre as portas para poder investir nas tecnologias para alcançar os objetivos de CO2. Então, nesse ponto de vista, é um dos elementos que talvez mais contribuiu para decidir o nosso novo plano de investimento. Agora que temos um cenário claro, sabemos qual é o pedido do governo, é mais fácil poder organizar e prever os nossos investimentos para alcançar os objetivos. Qual a sua visão sobre os benefícios que a fábrica da Stellantis em Pernambuco recebe desde a sua instalação, em 2015? A extensão desses benefícios tributários até 2032 será suficiente para criar um polo industrial e produzir sem a dependência desses incentivos? O objetivo primário desses incentivos é absorver a diferença de competitividade do Nordeste com relação a outras regiões do País. Existe uma distância muito grande da região onde os carros são produzidos para as regiões onde eles são mais vendidos. Existe falta de for- “ Optar por tecnologias híbridas que utilizam o etanol é muito mais sustentável para o consumidor brasileiro. Fazer um carro elétrico puro tem um custo de, no mínimo, US$ 10 mil a mais do que um carro tradicional. Quem vai sustentar um incremento de R$ 55 mil no custo do carro?”

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