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41 AutoData | Abril 2024 vigência do programa, “e a maioria das empresas se habilitou sem saber como seria auditada”. Nos próximos capítulos do Mover Tripodi espera que, até maio, após a provável aprovação do projeto de lei, deve sair mais uma portaria, desta vez sobre o IPI Verde, embora ele perceba que a pressão diminuiu após a publicação das regras para usar os incentivos, que era a demanda mais urgente das empresas. Cássio Pagliarini, sócio da Bright Consulting, avalia que as metas de eficiência energética do Mover, ainda a serem anunciadas, dependem bastante da forma como forem definidos os impostos para cada produto: “Teremos uma série de benefícios adicionais, inclusive para reciclabilidade. É difícil estimar um número isolado. Fizemos simulações de 8% a 12% para avaliar o impacto para os vários grupos habilitados. Existem aqueles que precisam trabalhar menos e existem outros muito longe dos novos objetivos, quaisquer que sejam”. Para Pagliarini a pressão das fabricantes de veículos aconteceu para que as regras chegassem logo, não para sua definição: “Os patamares de evolução da eficiência energética e impostos de veículos novos ainda não foram definidos. A Portaria 43 estabeleceu critérios de pesquisa e desenvolvimento de forma ampla, para acomodar qualquer investimento que tenha uma mínima conexão com a evolução da mobilidade sustentável”. Ricardo Roa avalia que Alckmin quis dizer para a indústria que o MDIC está fazendo todos os relacionamentos com o governo possíveis, ter a legislação ativa para não perder o tempo dos investimentos anunciados e mostrar que haverá subsídios para quem investir nas novas tecnologias. O consultor da KPMG lembra que, com a habilitação, as empresas já podem solicitar os créditos financeiros e isto reforça a importância para aprovação da legislação no Congresso. Roa observa que, menos de um mês após o governo abrir os pedidos de habilitação, já há número significativo de empresas correndo atrás. Todas estão armando seus planos de negócios para verificar se podem cumprir o mínimo e como alcançarão isto de uma forma acelerada. “A interlocução com o governo está muito boa. A indústria está conversando muito de perto com Alckmin para ajustes finos. O que infelizmente está acontecendo e já aconteceu em outras legislações é que o governo terá de fazer mudanças neste transatlântico que está andando e isso é uma complicação pesada para a insegurança jurídica”, afirma Roa. “Acredito que pelo menos os requerimentos dos compromissos de eficiência energética e reciclabilidade terão de sair do papel. E me impressiona porque eu não vi nem minutas ainda disto.” Como as empresas não fazem investimentos pensando no curto prazo a grande maioria dos anúncios de aportes de fabricantes de veículos que já totalizam R$ 100 bilhões (veja reportagem nesta edição) já estavam para acontecer, embora o Mover seja um catalisador importante para refinar os planos e as decisões. Para Tripodi Neto, da Pieracciani, antes dos incentivos existem muitas obrigações a cumprir: “O mais importante é que as empresas precisam fortalecer a posição do Brasil com soluções mais competitivas porque o governo colocou requisitos de comercialização”. Divulgação/Renault

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