AutoData | Outubro 2024 55 senvolvida pela PSA, em meados dos anos 2010, para os compactos das marcas Peugeot e Citroën, já levando em conta a aplicação de diferentes tipos de propulsão para um mesmo modelo: combustão, híbrida e elétrica. Coube à Citroën projetar sobre versão da CMP uma família de três produtos mais baratos para mercados emergentes, os novos C3, C3 Aircross e, agora, o Basalt. Inicialmente o projeto foi conduzido pela matriz na França e por sua subsidiária na Índia, local natural de gestação de muitos carros populares. Após a fusão, contudo, saltou aos olhos da Stellantis a enorme capacidade de desenvolver produtos construída anos antes pela FCA em Betim – onde a companhia instalou sua primeira fábrica no Brasil como Fiat, em 1976. No Tech Center mineiro trabalham atualmente 6 mil profissionais dedicados a diversos projetos de veículos, contando com equipamentos de última geração para ensaios virtuais, laboratórios e facilidades de testes que permitem o desenvolvimento de carros do primeiro traço ao crash-test. BRASIL GANHA RELEVÂNCIA GLOBAL Com capacidade de sobra a engenharia brasileira da Stellantis, acostumada a projetar produtos inovadores e de baixo custo, foi nomeada para, a partir de 2021, assumir todo o projeto C-Cubed e a responsabilidade global de todos os produtos sobre a plataforma CMP, incluindo os de outras marcas além da Citroën. Uma equipe de quatrocentos engenheiros e técnicos foi alocada para se dedicar a este trabalho. “Desde o fim de 2021 a gestão mundial da plataforma CMP foi passada para a América do Sul”, confirma Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na região. “Hoje tudo que é desenvolvido para a família C-Cubed da Citroën sai da engenharia do Brasil. Os carros lançados ou que vão ser lançados na Índia e região Ásia-Pacífico, por exemplo, são projetados integralmente pela nossa engenharia em Betim.” Além de abrir espaço na matriz para o desenvolvimento de outras plataformas a transferência para o Brasil da gestão da CMP torna-se um importante instrumento do plano de globalização da Citroën, como justifica Thierry Koskas, CEO global da marca, que esteve no Brasil para o lançamento do Basalt, no início de outubro: “Estamos muito focados nos mercados europeus e nossa ambição é crescer para fora deles. Esperamos aumentar nossas vendas mundiais das atuais 700 mil unidades por ano para 1 milhão e obter 30% dos negócios fora da Europa. O Brasil, a Argentina e a América do Sul estão no primeiro pilar deste plano, seguido por Índia e Oriente Médio, especialmente a Turquia”. O CEO da Citroën acrescenta que os carros C-Cubed desenvolvidos no Brasil são só o primeiro item de uma longa lista de missões globais da equipe de engenharia da Stellantis em Betim: “A equipe brasileira lidera o desenvolvimento de um projeto global da marca, o que demonstra sua qualificação. Estou muito impressionado com as habilidades que eles demonstram de entender não apenas as necessidades da América Latina mas também as globais. Estamos apenas no começo de um novo ciclo de produtos Citroën que serão desenvolvidos aqui para o mundo todo”. Koskas diz que o plano de chegar a 1 milhão de veículos Citroën vendidos por
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