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» EDITORIAL AutoData | Abril 2025 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Caio Bednarski, Júlio Cabral, Lucia Camargo Nunes, Mário Curcio, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR/divulgação Capa Foto divulgação/ GOVBA/Thuane Maria Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora autodataseminarios autodataseminarios Por Pedro Kutney, editor Vale o escrito No País do Jogo do Bicho todo apostador que faz sua fezinha sabe que, até na contravenção, para reclamar seu prêmio vale o escrito pelo apontador em um pedaço de papel. No caso das apostas da BYD no Brasil muitas promessas foram ditas mas poucas foram colocadas no papel. Talvez por isto mesmo a construção de sonhos, como é proposto no nome da companhia, Build Your Drems, ao menos por aqui, até o momento não passaram de devaneios. Reportagem que ilustra a capa desta AutoData revela o que, de fato, a fabricante chinesa escreveu: uma solicitação ao governo para reduzir significativamente, para 10% por três anos, o imposto de importação de seus veículos eletrificados que vão chegar parcialmente montados da China, em kits SKD, para simples montagem de poucos itens na linha que está em construção em Camaçari, BA, sem necessidade ou obrigação de comprar sequer um parafuso de algum fornecedor instalado aqui. Ainda que a BYD também tenha colocado neste mesmo papel que sua intenção é evoluir para o regime CKD – veículos completamente desmontados que receberiam desconto aduaneiro ainda maior, recolhendo apenas 5% – e, após 2028, passar à produção nacional peça a peça, também não há ali nenhum compromisso formal, por escrito, de que isto realmente acontecerá quando e se o benefício pretendido acabar. A proposta está longe de contemplar as promessas verbais feitas por executivos da empresa ao longo dos últimos três anos, de construir em Camaçari uma fábrica para produzir 300 mil veículos por ano com a contratação de 20 mil pessoas. Devido à falta de transparência da BYD, que não responde a nenhum questionamento sério sobre seu desenvolvimento no País, também não se sabe o que acontece daqui para frente se o governo negar a redução do imposto. Ao que parece a BYD quer receber sua aposta no Brasil sem nenhum comprovante e antes de saber do resultado de seu jogo. Um jogo oculto que não confirma o que foi prometido. Em respeito à indústria que está instalada no País há bom tempo, especialmente a de autopeças, o governo federal deveria pensar direito antes de aceitar o lobby, sob risco de conceder à BYD vantagens competitivas para seguir importando veículos e peças da China, com pouco ou nenhum valor agregado no Brasil. Serão vantagens sustentadas por benefícios fiscais, dinheiro do contribuinte, que os demais jogadores deste setor não têm.

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