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10 FROM THE TOP » IGOR CALVET, ANFAVEA Maio 2025 | AutoData Sob nova política A escolha do Igor Calvet para ser o primeiro presidente executivo da Anfavea carrega uma série de ineditismos. Primeiro porque ele não é engenheiro, nem economista ou administrador de empresas, é graduado em relações internacionais e doutorado em ciências políticas – algo que certamente será útil na nova política de gestão da entidade. Calvet também nunca trabalhou antes no setor automotivo, nem foi empregado de nenhum dos fabricantes de veículos associados à Anfavea, como foram todos os vinte presidentes que o antecederam desde 1956. Calvet fez carreira no setor público, primeiro no MDIC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em 2016, quando foi nomeado secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial. Foi lá que o caminho dele cruzou com o da indústria automotiva, pois nesta época passaram sobre sua mesa as muitas demandas e negociações sobre o Rota 2030, política industrial que entrou em vigor em 2019. Foi quando ele saiu do MDIC e assumiu mandato de quatro anos como presidente da ABDI, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Já no fim de 2023 foi convidado e aceitou pular para a iniciativa privada e ser o diretor executivo da Anfavea. Com as qualidades de interlocutor do setor no governo, pouco mais de um ano depois Calvet foi escolhido em um processo seletivo para ser o primeiro presidente profissional da Anfavea, iniciando uma ampla mudança na governança da entidade. Mas o interesse maior da associação, a defesa da produção nacional, em nada mudou com sua chegada. Ao contrário, como ele conta nesta entrevista, esta será a principal prioridade de sua gestão, com palavras fortes: “Não podemos permitir a pilhagem do mercado brasileiro”. Por que o senhor decidiu deixar a carreira no setor público e se mudar para a iniciativa privada? Foi uma decorrência natural da minha carreira. No governo eu já lidava com a indústria e política industrial por quase quinze anos. O Rota 2030, antecessor do Mover, foi formulado e implementado durante a minha gestão como secretário nacional de indústria [no MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio]. A oportunidade de passar para o outro lado veio em setembro de 2023, quando concluí meu mandato na ABDI [Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial]. Coincidiu com o momento em que a Anfavea buscava um diretor executivo. Foi quando o então presidente Márcio de Lima Leite me convidou e eu fiz a transição, que foi suave, porque eu já tinha interlocução com a Anfavea e seus vice-presidentes. Pouco depois veio o convite para participar da seleção do próximo presidente em novo modelo de gestão, que não era mais indicado por uma das montadoras associadas. Entrevista a Pedro Kutney e Leandro Alves Clique aqui para assistir à versão em videocast desta entrevista

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