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17 AutoData | Maio 2025 Afronta e falta de respeito. É assim que seu antecessor e agora o senhor se referem a este pedido de redução de tarifa para montagem de kits SKD e CKD. De certa forma isto não afasta uma afiliação à Anfavea da BYD e de outros fabricantes chineses? Não seria melhor trazê-los para dentro da entidade? Tenho grande respeito por todas as empresas, mas na Anfavea temos um compromisso com a produção de conhecimento e localização da produção no País. Todos são muito bem-vindos, a entidade não faz nenhuma discriminação por empresa ou por origem do capital. A partir do momento em que essas empresas começarem a produzir no Brasil competirão de igual para igual e tenho certeza de que poderão se somar à Anfavea como parceiras nessa luta pela produção local. Mas até que isso aconteça não podemos permitir a pilhagem do mercado brasileiro. Alguns dos fabricantes associados à Anfavea já importam ou têm planos de importar carros elétricos dos seus sócios na China. A posição da entidade de retomar o imposto de importação a 35% sobre carros elétricos e híbridos não vai contra o interesse dessas empresas associadas? Uma coisa é você importar baixos volumes para complementar a linha de produtos. Outra é importar grandes quantidades sem querer localizar a produção. Pode começar importando um produto e, se houver demanda, o associado vai querer produzir aqui, é isto que interessa à posição setorial da Anfavea. E se o imposto de importação aumentar agora será para todos, então não vamos prejudicar nenhum associado em particular. Qual é a posição e ação possível da Anfavea sobre o pedido da fabricante chinesa BYD para reduzir as tarifas de importação de partes importadas para serem só montadas no Brasil? A Anfavea considera uma afronta qualquer pleito de redução da alíquota do imposto de importação para CKD e SKD, que é o nome técnico dado à importação de partes para montagem local. É uma afronta a todos que fizeram investimentos bilionários no Brasil, que estão há décadas produzindo aqui. É uma afronta ao governo brasileiro também, porque existe uma política industrial para ampliar a base produtiva, e esse pleito é para diminuir a industrialização local e não para sofisticá-la. Por fim é uma afronta ao trabalhador brasileiro, pois para não querer aprofundar a produção no Brasil, só apertar um ou outro parafuso, não são necessários muitos empregados. Então nós somos contrários e vamos lutar contra isso.

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