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12 FROM THE TOP » ALEXANDER SEITZ, VOLKSWAGEN Junho 2025 | AutoData ma, com a globalização das compras das peças importadas para manter a competitividade. E por último mas não menos importante vejo, também, que a mão-de-obra precisa ser cada vez mais qualificada porque os processos estão mais complicados e globalizados. A guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos já teve algum efeito direto na operação da Volkswagen no Brasil e na América do Sul? No momento não temos nenhum impacto negativo. Como será amanhã? Veremos, mas estamos flexíveis, temos as ferramentas para assegurar nossa competitividade, se houver algum impacto podemos fazer uma cotação global e resolver o assunto, pois temos uma organização mundial de compras, trabalhamos com equipes da Europa e da China. Nós compramos a cada ano R$ 26 bilhões [em componentes no Brasil]. Com a escalada tarifária sobre o México as exportações para os Estados Unidos tendem a cair. Isto pode causar aumento de exportações de veículos do México para o Brasil? “Hoje vejo que a localização alta é o fator principal de sucesso para a nossa indústria. Se você tem receita em real seu custo também deve ser em real, não em dólar, euro ou em renmimbi da China... Com a economia de escala que estamos agora providenciando [aos fornecedores] com nossos novos produtos a localização aumentará.” Nos períodos em que passou pelo Brasil, primeiro nos anos 1990, depois de 2008 a 2012 e retornando agora, quais foram as principais transformações e aprendizagens da indústria automotiva no País? Quando eu cheguei a primeira vez foi na época do Plano Real: o mundo ideal do dólar/real 1 por 1. Com isto muitos novos fabricantes chegaram com nível de localização [de componentes] muito baixo, com importação de peças. Isto é um risco grande em um país com grandes oscilações de juros e inflação. Hoje vejo que a localização alta é o fator principal de sucesso para a nossa indústria, porque ajuda a lidar com esse desafio. Se você tem receita em real seu custo também deve ser em real, não em dólar, euro ou em renmimbi da China. Esta foi uma aprendizagem importante. Outra coisa que mudou muito é o impacto da tecnologia e das peças eletrônicas. Temos inteligência artificial, sistemas de infotainment, de conectividade... Estamos agora trabalhando nos sistemas de assistência avançada ao motorista [ADAS]. Estas tecnologias avançam, aumentam o custo e precisamos compensar isto de alguma for-

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