14 FROM THE TOP » ALEXANDER SEITZ, VOLKSWAGEN Junho 2025 | AutoData nentes com volume menor serão importados com montagem final aqui e aumento de localização. É um processo natural que sempre acontece quando se está trazendo novas tecnologias ao País. Este processo é o mesmo para as tecnologias de ADAS, advanced driver assistance systems, com muitas peças eletrônicas que vêm da China e dos Estados Unidos. Mas com a economia de escala que estamos agora providenciando [aos fornecedores] com nossos novos produtos a localização aumentará também. A Volkswagen tem capacidade para desenvolver todas essas novas tecnologias no Brasil? Temos quase 1 mil pessoas em nossa engenharia aqui, com alto nível de conhecimento e capacidade reconhecida. Temos de 70% até 80% de autonomia de desenvolver um carro aqui. Isto é fundamental para assegurar que vamos atender ao desejo do cliente brasileiro e da América do Sul. Estou bem feliz com esta evolução em comparação de quando estive aqui pela primeira vez, nos anos 1990. Qual é sua avaliação sobre o programa Mover? O governo colocou as diretrizes no caminho certo ou tem algo a mudar? Eu prefiro que não mude nada. O Mover [Programa Mobilidade Verde e Inovação] até agora traz regras claras para a indústria, com foco em segurança, descarbonização e em como fazer a reciclagem do produto, o que é muito bom, porque é importantíssimo ter previsibilidade. Nosso ciclo de investimento é de cinco até dez anos, então não se pode mudar regras de um dia para o outro, como alguns outros governos fazem agora fora do Brasil. Então nosso pedido é manter a previsibilidade. Recentemente o senhor esteve em Brasília. Como foi a conversa que teve com Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio? Nós falamos da situação do setor e da Volkswagen, quais são os fatores de sucesso e quais são os fatores complicados. Complicado no Brasil são os juros: não conheço nenhum mercado com juros tão altos, com taxas [finais ao tomador] que são de 14 a 15 pontos mais altas do que a inflação, ou até mais dependendo quem está pedindo o crédito. Você não vê isto nos Estados Unidos nem na Europa. E como mais de 50% das vendas de veículos são financiadas o impacto é muito alto. Ou seja: precisamos incentivar e ajudar o consumidor. Discutimos também como o governo pode ajudar com os financiamentos do BNDES para os novos projetos. Nós te- “ Nós não temos medo de um concorrente de fora, independentemente se for dos Estados Unidos, Europa ou China, mas queremos regras iguais para todos que produzem aqui no Brasil.”
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