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16 FROM THE TOP » ALEXANDER SEITZ, VOLKSWAGEN Junho 2025 | AutoData mos 85% de localização, mas cada vez que nacionalizamos um novo produto isto é complicado e caro – e nós vamos lançar dezessete novos carros. Então conversamos sobre como o governo pode ajudar, dar incentivos para tornar o nosso custo competitivo diante de juros e impostos tão elevados. O segundo foco da discussão foi o acordo de bi- -tributação Brasil-Alemanha [que evita a tributação de rendimentos de empresas duas vezes em ambos os países, como por exemplo o pagamento de lucros e dividendos por uma subsidiária à matriz fora do país], isto deverá estimular muito os investimentos de companhias alemãs no Brasil e os negócios entre os dois países. Por último, mas não menos importante, pedimos isonomia com relação a tarifas de importação para todos os importadores, porque nós não temos medo de um concorrente de fora, independentemente se for dos Estados Unidos, Europa ou China, mas queremos regras iguais para todos que produzem aqui no Brasil. “ Em 2022 todas as fabricantes chinesas tinham quase 2% de participação do mercado brasileiro e nós, como Volkswagen, tínhamos 13,7%. Em 2024 eles aumentaram a presença para 7%. Mas a Volkswagen aumentou seu market share para 16%. Ou seja: os chineses pegaram mercado de alguém mas felizmente não foi da Volkswagen, porque nós temos novos produtos e novas tecnologias, qualidade reconhecida.” O senhor já morou na China, trabalhou na joint venture da Volkswagen com a SAIC. Como a indústria ocidental pode enfrentar a forte concorrência dos chineses em todos os mercados globais? Na China a influência do governo é muito grande, positivamente: eu vi como eles criaram a cadeia do setor, com incentivos a investimento em novas fábricas, com financiamento. Não tem lugar no mundo com condições tão favoráveis. Aí pegar um carro e simplesmente exportar para a América do Sul é fácil demais. Eu quero que venham produzir aqui os carros igual nós fazemos, então vamos ver quem tem o melhor processo, a melhor tecnologia, a melhor qualidade, se sabe lidar com os trabalhadores daqui, com as jornadas de trabalho, se sabe lidar com os impostos e financiamentos... Aí não temos medo nenhum, porque temos competência, sabemos como fazer e procuramos por peças competitivas globalmente. Aí a competição é bem-vinda e vamos ver quem vai ganhar o jogo. Acho que nós estamos no caminho certo para vencer

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