AutoData | Junho 2025 37 Versões do Tera: poucas diferenças externas e pacote completo de sistemas de segurança e infoentretenimento desde a versão de entrada. “Um ícone não nasce, torna-se um”, pondera o designer brasileiro José Carlos Pavone, ele mesmo um ícone do design automotivo mundial após passar os últimos 23 anos da carreira desenhando alguns dos principais carros do Grupo VW, aqui e no Exterior. Hoje chefe de design na América do Sul e do Norte, ele coordenou a elaboração do visual do Tera desde o primeiro traço, rascunhado há quatro anos. Na época a Volkswen se preparava para encerrar a produção do Gol, no fim de 2022, e precisava de um novo ícone popular em seu portfólio no Brasil. Segundo Pavone foi esta a primeira e principal diretriz que recebeu para desenhar o Tera. E a segunda exigência, tão importante quanto a primeira, é que fosse um SUV. Não por acaso muitos entenderam que o projeto seria o de um “SUV do Gol”. RAZÃO E EMOÇÃO O Polo Track, hatch que substituiu o Gol como produto mais barato da Volkswagen à venda no País, é um sucesso de vendas, ocupa constantemente a posição de automóvel mais vendido do mercado brasileiro, mas não cumpre as duas diretrizes de um novo ícone, não é SUV nem causa grandes emoções aos consumidores, como justifica Pavone: “O Polo é um hatch com um design racional e discreto, é um carro funcional, o Tera traz as qualidade de um SUV com visual mais emotivo, como gosta o brasileiro, foi pensado para chamar a atenção”. Para atingir o sucesso desejado era necessário, antes de tudo, projetar um SUV compacto, não mais um hatch B, porque é este o segmento que mais cresce. Misturando razão com emoção os SUVs já representam cerca de metade das vendas de automóveis no Brasil, e um a cada quatro deles vendidos são modelos compactos – que alguns chamam de B-SUV e outros, como a Volkswagen, preferem a denominação A-SUV. São todos carros compactos concebidos para serem SUVs, que mantêm tamanho parecido com o de hatches B mas cobram preço mais alto justificado pela injeção de anabolizantes como maior altura do solo, feições que transmitem robustez e porta-malas um pouco maior. Assim é o Tera, projetado inteiramente no Brasil sobre a plataforma global do Grupo VW, a MBQ, que no Brasil já é base do hatch Polo, do sedã Virtus, do SUV T-Cross e do SUV-cupê Nivus. Depois de Virtus e Nivus o Tera é o terceiro modelo concebido no Brasil e construído sobre a plataforma MQB “mas a carroceria é completamente nova, nenhuma parte foi usado pronta dos demais veículos”, destaca Pavone. VANTAGEM SOBRE A CONCORRÊNCIA A combinação de duas ideias fundamentais – ícone e SUV – ordenaram todos os passos do projeto do novo SUV compacto da Volkswagen. Neste sentido o primeiro desafio foi conceber um carro icônico de entrada em um segmento que não está na entrada do mercado. O fato é que muita gente teve a mesma ideia e esta categoria do Tera está cada
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