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72 Junho 2025 | AutoData INDÚSTRIA » INVESTIMENTO FÁBRICA ACELERADA Ao completar 10 anos de operação como uma das fábricas mais produtivas do País, o polo de Goiana soma investimentos de R$ 18 bilhões e produção acumulada que este ano deverá passar de 2 milhões de unidades, 250 mil deles exportados para dezesseis países da América Latina. Trabalhando em três turnos desde 2018, em 2024 a unidade produziu sozinha quase 10% de todos os veículos fabricados no Brasil. Tal qual os veículos com alta capacidade fora-de-estrada que produz, todos sobre a plataforma Small Wide, a fábrica acelerou sua rampa ascendente de produção com muita potência. O primeiro modelo a sair da linha de Goiana foi o Jeep Renegade, em 2015, e desde então já foram produzidas 660 mil unidades do modelo. Já no ano seguinte, em 2016, mais dois modelos foram introduzidos: a picape Fiat Toro [590 mil já fabricadas] e o SUV médio Jeep Compass [545 mil]. O Jeep Commander, de sete assentos, projetado no Brasil, é de 2021 e soma 75 mil unidades, e a picape Rampage – primeira Ram projetada fora dos Estados Unidos – acumula 55 mil desde 2023. A partir deste ano a fábrica começa a passar por novas transformações, como sugere Cappellano: “Muitos processos passarão por modificações para produzir os novos carros, mas por enquanto não vemos necessidade de ampliar a capacidade atual [de 280 mil unidades por ano]. O foco do investimento, desta vez, é nos produtos”. A Stellantis calcula que o polo seja responsável por 60 mil empregos em Pernambuco, 6,4 mil deles diretamente na fábrica – número que dobrou em dez anos de operação – e quase 14 mil nos fornecedores. A planta já tem 39 fornecedores na região e, segundo Cappellano, segue o plano de atrair pelo menos cem até a virada da década: “Estamos trabalhando nisso. Gostamos de produzir carros, esta é a nossa força no Brasil. Cerca de 70% de todos os veículos que vendemos hoje na América do Sul foram projetados pela nossa engenharia local”. IMPACTOS POSITIVOS “Nestes anos a planta de Goiana trouxe desenvolvimento social relevante para a região”, destaca Cappellano, citando números achados em estudo encomendado à consultoria Ceplan: todos os índices educacionais melhoraram e o porcentual de evasão escolar, que era superior a 10% em 2010, caiu a próximo de zero em 2021. A fábrica acelerou o desenvolvimento de um ambiente de pesquisa e inovação em Pernambuco. Existem quase quarenta projetos tocados em parcerias com universidades e instituições locais, como o Senai. A Stellantis – FCA na época – também já investiu mais de R$ 30 milhões em equipamentos e infraestrutura para estabelecer, na Capital Recife, o seu centro global de softwares, que projeta programações de funcionamento de sistemas automotivos para o grupo no mundo todo. Os impactos econômicos para o Estado também são expressivos, ainda segundo dados compilados pela Ceplan: em 2015, ano de inauguração da fábrica de Goiana, o PIB nacional teve evolução negativa de 3,5% e o de Pernambuco caiu ainda mais, 4,2%. No ano passado a lógica virou: o PIB brasileiro cresceu 3,8% e o pernambucano 4,7%, quase 1 ponto porcentual maior. E a participação de Goiana no PIB estadual, de 2013 a 2021, aumentou cinco vezes, de 1% para quase 5%, enquanto o PIB per capta da cidade anotou incremento de 300%, de R$ 10,4 mil para R$ 45,3 mil.

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