85 AutoData | Junho 2025 “São números consistentes de crescimento que mostram que a família C-Cubed veio ampliar a participação da marca”, disse Daemon, referindo-se a atual linha de produtos fabricados em Porto Real, que foi inteiramente renovada nos últimos três anos com a chegada de C3, Aircross e Basalt, todos modelos posicionados em preço na entrada de suas respectivas categorias. Para o executivo a renovação dos produtos e o reposicionamento da marca para oferecer carros mais baratos, pensados para mercados emergentes, foi fundamental para fazer a Citroën voltar a crescer após anos de declínio das vendas. Daemon avalia que chegou a hora de colher os resultados dessa estratégia: “Já no início do ano conseguimos um arranque muito positivo e promissor. Nossas expectativas são as melhores possíveis”. CENTRALIZAÇÃO NO BRASIL Até o início desta década o Brasil dividia com a Argentina a produção local de modelos Citroën e Peugeot – ambas marcas do Grupo PSA que, em 2021, uniu- -se à FCA para formar a Stellantis. A partir de 2020 a fabricação do novo Peugeot 208 foi transferida para a planta argentina de El Palomar, que recebeu também o novo 2008, em 2024, e a nova família C-Cubed da Citroën foi concentrada na fábrica brasileira. Com isto os três modelos produzidos hoje em Porto Real concentraram no Brasil o grosso das exportações da Citroën para os países sul-americanos, com pequena complementação de importações da Europa e do utilitário Jumpy montado com partes importadas no Uruguai, nas instalações da sócia Nordex. Sobre a intenção de ampliar as exportações dos atuais Citroën produzidos no Brasil, Daemon assinalou que, conforme forem surgindo as oportunidades e havendo demanda nos mercados, esta possibilidade será considerada. O polo de Porto Real sempre teve vocação exportadora: já embarcou 400 mil unidades Citroën e Peugeot nos seus 24 anos de operação, majoritariamente para a Argentina, mas também Uruguai, Paraguai, Peru, Equador, Colômbia, Guatemala e México. NOVO CICLO, NOVO JEEP A comemoração de 1 milhão de Citroën produzidos, com um Basalt Shine vermelho escolhido para simbolizar o marco no fim da linha de montagem, pode ter sido a última fase de um breve momento de dois anos em que a planta de Porto Real concentrou a fabricação de apenas uma marca. A unidade voltará a ser multimarca em breve, segundo Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul. Ele ainda não confirma qual marca nem o carro, mas tem tudo para ser o Jeep Avenger, construído sobre a mesma plataforma dos Citroën, a CMP, também chamada de Smart Car: “Uma coisa é certa, os investimentos anunciados no ano passado estão aprovados e em execução. Em breve comunicaremos novidades de produtos e tecnologias e quais serão as marcas”. Os três modelos Citroën do projeto C- -Cubed hoje fabricados em Porto Real foram gerenciados pela engenharia brasileira da Stellantis e fazem parte do ciclo de investimentos já terminado em 2024. Os R$ 3 bilhões anunciados para serem injetados na unidade sul-fluminense, de 2025 a 2030, incluem a produção de um quarto veículo inédito, que todos os sinais apontam ser o Jeep Avenger, já confirmado pela Stellantis para ser produzido no Brasil a partir de 2026.
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