111 AutoData | Julho 2025 Jefferson Ferrarez: espaço de mercado retomado com o novo extrapesado Axor. O executivo relata os fatores que levaram ao relançamento: “Na época houve a transição do Euro 5 para o Euro 6 [para atender legislação de emissões], o Axor não era mais fabricado na Europa e perdemos escala global, então não valeria a pena investir na conversão do motor OM 457 para Euro 6 para utilizar só no Brasil. Decidimos então tirar o modelo de linha e pensamos que o Actros poderia ocupar este espaço, até lançamos versão com cabine mais barata, mas vimos que não foi suficiente para atender a esta faixa do mercado. Por isto decidimos reprojetar e relançar o Axor”. SOLUÇÃO BRASILEIRA A decisão de relançar o Axor foi tomada há pouco mais de dois anos, combinando soluções globais do grupo com adaptações locais. A engenharia brasileira desenvolveu melhorias na cabine do antigo Axor, atualizou o design, introduziu novo quadro de instrumentos digital e utilizou as lanternas do fora-de-estrada Arocs – para garantir maior robustez, pois o Axor é utilizado também em aplicações de mineração, construção civil e colheita de cana. Esta cabine renovada foi colocada sobre o chassi e motorização do Actros. “Assim combinamos a robustez do Axor com os sistemas de segurança e eficiência do Actros”, resume Ferrarez. E qual o segredo para reduzir de 15% a 20% os preços em comparação com o Actros? De acordo com Ferrarez a economia veio, basicamente, da simplificação e da redução dos muitos sistemas eletrônicos presentes. Achim Puchert, que foi presidente da divisão brasileira da Mercedes-Benz de 2022 a 2024 e este ano foi promovido ao posto de CEO global da Mercedes-Benz Trucks, voltou ao Brasil especialmente para o relançamento, que foi o mais importante investimento em produto durante sua gestão no País. “Em 2022 priorizamos o projeto e aceleramos seu desenvolvimento, porque eu e a equipe percebemos a importância deste produto”, afirma Puchert. “Ao reintroduzir o Axor com oferta de mais eficiência, desempenho e rentabilidade, nosso objetivo é liderar o segmento de extrapesados no Brasil.” Também existe a expectativa de exportar, diz o executivo: “O primeiro objetivo é atender o Brasil que é um dos mercados mais importantes do mundo para nós. Mas claro que vamos explorar nossa escala global e deveremos exportar o novo Axor, especialmente para países da América Latina”. EXPECTATIVAS E PREÇOS Atualmente, no segmento de caminhões extrapesados, com PBT superior a 45 toneladas, a Mercedes-Benz é a terceira marca mais vendida, atrás de Volvo e Scania. Mas este ano as duas apresentam quedas relevantes de vendas, enquanto a Mercedes seguiu estável no primeiro semestre e ganhou 2 pontos porcentuais de participação, na comparação com o mesmo período de 2024. Com o novo Axor na entrada do portfólio de extrapesados da Mercedes-Benz no País, segundo Ferrarez a expectativa é ganhar mais 3 pontos porcentuais de participação no segmento, com a venda de cerca de 1 mil unidades no segundo semestre. As primeiras entregas aos clientes do novo extrapesado começam em agosto, em duas versões de cavalos mecânicos: Axor 2038 4×2, por R$ 698 mil – preço
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