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113 AutoData | Julho 2025 ser, mais uma vez, o maior mercado do mundo em vendas de caminhões Mercedes-Benz, superando a Alemanha, como já tinha ocorrido em 2023. A expectativa foi confirmada pelo CEO global Achim Puchert: “O Brasil é um mercado-chave para a Mercedes-Benz Trucks por uma série de razões: tamanho, potencial de vendas e oportunidades futuras. Tivemos bons resultados nos últimos anos e continuo confiante com o potencial do Brasil, pois ainda temos aqui bons ingredientes para continuar crescendo”. A lucratividade da subsidiária brasileira, diz Puchert, também voltou após o plano de reestruturação executado desde 2022. Nem mesmo o cenário de juros nas alturas parece afetar esta expectativa positiva, diz o executivo: “Claro que o juro no Brasil é um risco, mas o País continua indo bem, melhor, inclusive, do que a Alemanha e a Europa, que não têm apresentado o mesmo desempenho”. Apesar do cenário econômico de juro alto, que vem retraindo as vendas de caminhões no País – recentemente a Fenabrave revisou sua projeção de crescimento de 4,5% este ano para queda de 7% –, Puchert espera obter resultados considerados bons este ano: “Nosso portfólio agora [com o novo Axor] está mais que completo e estamos melhor preparados para atender às necessidades de nossos clientes. Tivemos bom desempenho no primeiro semestre e deve ser melhor no segundo”. Segundo ele o mercado brasileiro da Mercedes-Benz deve ultrapassar o alemão este ano porque a Alemanha atualmente enfrenta dificuldades econômicas e políticas, com inflação impulsionada pelos preços altos da energia, eletrificação difícil de avançar nos caminhões e a instabilidade causada pela persistente guerra da Rússia com a Ucrânia. Os bons resultados no País, no entanto, não animaram a Mercedes-Benz a divulgar um novo ciclo de investimento na operação brasileira – o último, de R$ 2,4 bilhões, foi executado de 2018 a 2022. Mas Puchert afirma que, embora não divulgue valores, os investimentos continuam sendo feitos – como é o caso do relançamento do Axor. “Estamos aprovando os projetos caso a caso, ainda não fechamos um novo pacote. Divulgamos recentemente um plano estratégico até 2030 e possivelmente anunciaremos algumas novidades nos próximos meses”. MELHOR DO QUE A MÉDIA Enquanto as vendas de caminhões da maioria dos fabricantes instalados no Brasil declinaram no primeiro semestre, os emplacamentos de 12,9 mil unidades da Mercedes-Benz resultaram em crescimento de 13% sobre o mesmo período de 2024, e a marca ganhou 3,6 pontos porcentuais de participação, chegando a 25% nos primeiros seis meses do ano. “Foi a marca que mais cresceu em todos os segmentos”, comemorou o vice-presidente Jefferson Ferrarez. Embora a situação seja mais difícil no segmento de extrapesados, que reúne os caminhões mais caros de comprar e financiar, para Ferrarez a situação está longe de ser dramática: “É verdade que as vendas caíram 18% no primeiro semestre, mas porque cresceram muito acima disto em 2024. O mercado de extrapesados cresceu até mais do que o esperado e a taxa de juros já era bastante alta no ano passado. Este ano temos queda mas o segmento ainda representa de 45% a 46% das vendas, são mais de 100 mil caminhões, é um bom número”.

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