423-2025-07

27 AutoData | Julho 2025 renda familiar, tem impulsionado os emplacamentos, a despeito da alta dos juros, devido à maior necessidade de caminhões para o transporte de insumos. O resultado desta equação, apontou o vice-presidente de vendas, marketing e serviços da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Ricardo Alouche, é a tendência à estabilidade do comércio de veículos comerciais ao fim deste ano: “O volume do segundo semestre também será semelhante ao do primeiro semestre. O mercado segue desafiador, mas de forma estabilizada até o fim de 2025”, disse, ao citar que os segmentos de médios e pesados cresceram 14% e 17%, respectivamente, até maio, ao passo que os extrapesados caíram 19%. Alouche ressaltou: “Não é que o segmento esteja saturado. Pequenas e médias empresas transportavam com frete razoável nos últimos cinco anos. A queda no preço da soja, porém, achatou o preço do frete e, com juros maiores, empresas passaram a não conseguir pagar prestações e a inadimplência subiu. Por isto o extrapesado não está vendendo tanto”. Com relação aos ônibus Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, assinalou que o programa do governo federal Caminho da Escola deverá continuar estimulando a produção porque a licitação vigente prevê 16 mil unidades. A compra de ônibus para fretamento tem sido impulsionada pelos segmentos de agronegócio e mineração e as de uso urbano por programas como o PAC Mobilidade, o Fundo Clima e o Refrota, que estimulam a renovação da frota. MOTOS ACESSÍVEIS CRESCEM O mercado de motocicletas no Brasil apresenta resiliência e crescimento. De janeiro a maio a produção expandiu 11,2% com relação ao mesmo período de 2024. Marcos Bento, presidente da Abraciclo, manteve a projeção do início do ano, de 7,5% de alta para chegar a 1,8 milhão de motos produzidas. Mesmo enfrentando desafios como a pressão da oferta de crédito e as incertezas econômicas, o mercado está em um caminho de recuperação: “A motocicleta tem sido alternativa de logística importante, principalmente no delivery. É um produto de mobilidade urbana com custo acessível, pelo preço de aquisição, pela manutenção e pela facilidade de deslocamento”. A expectativa é a de que a produção alcance 2 milhões de unidades anuais a partir de 2027, demonstrando potencial de crescimento sustentável. Porém, ressaltou Bento, desde que haja investimento. [Com reportagem de Lucia Camargo Nunes e Caio Bednarski] Dante Sica, da Abeceb, Argentina

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