30 Julho 2025 | AutoData POLÍTICA SETORIAL » CARRO SUSTENTÁVEL 105 cv e 1,5 acima de 132 cv – nesta faixa deverão se enquadrar a maioria dos carros turbinados à venda no País. A tarifa pode aumentar 6,5 pontos para potências maiores de 290 cv. No caso de comerciais leves o abatimento máximo é de 0,25 ponto, para motores abaixo de 85 cv, e sobe no máximo 3 pontos para modelos acima de 290 cv – outro claro e imerecido benefício às luxuosas picapes que circulam no País, principalmente nas regiões do agronegócio. O critério seguinte é o de eficiência energética medida em megajoules pelo Inmetro: veículos que superam meta mínima indicada pelo programa têm de 1 a 2 pontos de desconto. As mesmas reduções se aplicam às metas de reciclabilidade. Por fim o desempenho estrutural e adoção de sistemas de segurança adicionais aos obrigatórios rendem mais 1 ponto de benefício no IPI. Levando todos estes critérios em consideração o MDIC citou como exemplo os carros de passeio híbridos flex, que podem ter o IPI reduzido em 1,5 ponto porcentual pelo powertrain, perder outro 1 ponto se atender critério de eficiência energética do Mover e mais 1 ponto se cumprir o primeiro nível de reciclabilidade: assim, seu IPI cairá de 6,3% para 2,8%. O Ministério calcula que 60% dos veículos vendidos no País terão o IPI reduzido. REPERCUSSÃO POSITIVA Presentes à cerimônia que lançou o Carro Sustentável o presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet, e o presidente da Fenabrave, Arcélio Júnior, celebraram os termos da nova cobrança de IPI. Calvet lembrou que o carro sustentável estava previsto no Mover, bem como as novas alíquotas, e elogiou os requisitos de industrialização local: “A produção local é um tema muito caro à Anfavea, os investimentos de mais de R$ 180 bilhões anunciados pelas montadoras e pela cadeia de autopeças trarão mais sofisticação tecnológica e geração de empregos”. Arcélio Jr disse que os carros sustentáveis serão identificados nas concessionárias para que os consumidores saibam que estão comprando produtos mais amigáveis ao meio ambiente. Consultorias especializadas no setor avaliam de forma positiva a regulamentação do IPI Verde e do Programa Carro Sustentável. A despeito de a medida ter validade só até o fim de 2026, por causa da reforma tributária, a previsão é de que as medidas trazem reflexos positivos imediatos nas vendas, mas o principal benefício enxergado é o legado que deixará nas linhas de produção. “A primeira impressão é a de que atendeu plenamente aos anseios da indústria, em linha com que já vinha sendo indicado pelo governo”, afirmou Alfonso Abrami, sócio da consultoria Pieracciani, especializada em P&D e inovação. “O consumidor ganha por ter redução nos preços, o que propiciará seu acesso a veículos mais sustentáveis, e isto ajudará a indústria a se planejar para o futuro.” Para Abrami o decreto resultará em grande esforço no planejamento dos produtos e no desenvolvimento tecnológico dos processos de manufatura, até porque os investimentos estimulados pelo Programa Mover, de R$ 180 bilhões, direcionarão os próximos dez a vinte anos da indústria nacional: “As montadoras tendem a caminhar nesta direção para conquistar maior eficiência e escala produtiva, o que Igor Calvet sobre o Carro Sustentável: “A produção local é um tema muito caro à Anfavea”. Divulgação/MDIC
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=