31 AutoData | Julho 2025 reforçará a capacidade instalada. E o Brasil se tornará, definitivamente, um player de exportação”. O consultor da Pieracianni opina que o sucesso da medida passa por grandes esforços em pesquisa e desenvolvimento: “As empresas sabem disto, estão investindo nisto. Os programas do Mover estão funcionando, os investimentos anunciados em desenvolvimento tecnológico de produto e processo são muito bons. Existe uma série de parcerias com institutos de pesquisa, universidades e centros acadêmicos para o desenvolvimento de soluções”. Para Ricardo Roa, sócio líder do setor automotivo da KPMG, os aspectos técnicos do novo IPI estão bastante alinhados ao Mover: “A ideia prioritária do governo é reduzir a utilização de combustíveis fósseis, privilegiar nossa matriz energética e estimular a utilização de veículos mais sustentáveis. Então quem combinar melhor estes fatores conseguirá reduzir a zero o IPI”. Roa aponta que o formato do chamado IPI Verde beneficia veículos híbridos flex, híbridos plug-in flex e traz uma novidade, a potência do motor: “Boa parte dos elétricos é bem potente e, quanto menos potente, mais benéfico é para a redução do IPI, que é a proposta do carro popular. Veículos a gasolina e diesel terão prejuízos porque a alíquota será maior. Quem quiser ter os carros mais potentes continuará tendo, mas não é a política que o governo busca influenciar, pois defende a iniciativa de troca de frota para opções mais sustentáveis”. Neste cenário o especialista da KPMG partilha da análise de Abrami acerca do reflexo nas empresas: “Vão surgir veículos mais populares, não tão potentes, com eletrificação diferenciada. Híbridos leves são exemplos”. MEDIDA PODE AQUECER VENDAS Em meio a cenário de crédito escasso, devido à combinação de juros nas alturas e aumento da inadimplência, a esperada redução de preços, principalmente em veículos de R$ 80 mil a R$ 100 mil, ajudará a aquecer o mercado, na avaliação de Abrami: “Nos últimos tempos veículos desta faixa de preços estavam sendo mais demandados pela venda direta. Pode, inclusive, haver migração de quem até então optava pelo carro usado. O reflexo só não será maior por causa da dificuldade de acesso ao financiamento”. O consultor afirma que é possível um acréscimo de 5% a 10% nos emplacamentos, mas que tudo dependerá também das políticas das montadoras e de seus bancos, e citou que as empresas já começaram a baixar seus preços, caso da Volkswagen, Fiat, Renault e Hyundai, que adiantaram descontos até maiores antes mesmo da redução do IPI. Os três primeiros carros vendidos com isenção de IPI: Volkswagen Polo, Renault Kwid e Fiat Mobi. Divulgação/VW Divulgação/Renault Divulgação/Fiat
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=