423-2025-07

41 AutoData | Julho 2025 Com ou sem estímulos no início dos anos 1950 o Brasil já contava com oito fabricantes de veículos, sendo três multinacionais integrais – Ford, GM e International –, os nacionais licenciados multimarcas internacionais Vemag e Brasmotor, a estatal FNM e dois novos que chegaram no início da década: a alemã Volkswagen associada ao grupo brasileiro Souza Aranha, que em 1953 construiu linha de montagem própria do Fusca e da Kombi no Ipiranga, e a Willys-Overland, que inaugurou sua icônica fábrica em São Bernardo do Campo, em 1954, que, em um empreendimento de empresários brasileiros para produzir inicialmente o Jeep Willys sob licença no País – nos anos seguintes a empresa se tornaria a maior indústria automotiva da América Latina, até 1961, quando foi ultrapassada pela Volkswagen. Todos estes fundadores da indústria automotiva brasileira foram obrigados pelas medidas do governo a avançar na nacionalização. Em 1953 a Ford deixou a fábrica da Rua Sólon e inaugurou a sua nova fábrica do Ipiranga, que na verdade ficava na Vila Prudente, com meta de atingir 40% de nacionalização até 1955 – as cabines e carrocerias de seus caminhões já eram produzidas com aço nacional e estampadas no País. A GM seguia aumentando a compra de componentes nacionais disponíveis e já tinha ampliado a fábrica de São Caetano. A International, em 1952, investiu Cr$ 30 milhões para nacionalizar freios e rodas de seus caminhões, que já saíam das linhas de Santo André, SP, à razão de 250 unidades por mês, com as cabines estampadas localmente – só os vidros das cabines seguiam sendo importados. Como empresa estatal, cujo maior interesse era a industrialização do País, a FNM contribuiu significativamente com a nacionalização de componentes. Já em 1953 estampava em Xerém as cabines dos seus caminhões, que usavam fornecedores instalados no País para pneus, baterias, molas, radiador, freios e tanque, chegando a 45% de conteúdo nacional. A fabricante prestou assistência técnica e financeira para estimular a nascente indústria de autopeças. A FNM também forneceu componentes feitos na sua fábrica para outras fabricantes, como Willys, Ford e GM, enquanto também não impunha exclusividade na produção de cabines, pois também usava as fornecidas por Brasinca, Drula, Inca, Fielder e Gabardo. Como resultado de sua maturidade produtiva a FNM fechou 1955 com 2 mil 426 veículos fabricados, mais de quatro vezes o volume de 531 unidades produzidas um ano antes, e quase seis vezes mais do que os 373 de 1953. A estatal FNM: os primeiros caminhões, de 1949... Caminhão FNM, de 1953, já com cabine nacional ...montados na fábrica de Xerém... ...já com cabines nacionais nos anos 1950

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=