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Julho 2025 | AutoData 46 As duas medidas combinadas promoveram a proliferação de novas linhas de montagem. De 1953 em diante a Vemag começou a montar caminhões Scania, a Volkswagen assumiu sua própria manufatura de Fusca e Kombi – desde 1951 já atendida pela Brasmotor – e a Willys- -Overland inaugurou fábrica, em 1954, para fazer o Jeep, enquanto o importador da Mercedes-Benz montava caminhões e esperava o melhor momento para investir em uma fábrica. Ao mesmo tempo empresas de autopeças também se multiplicavam e aumentavam progressivamente volumes e tipos de peças fornecidas. Em 1953 foi criado o Sindicato Nacional da Indústria de Peças para Autoveículos e Similares do Estado de São Paulo – tornado nacional em 1969 e renomeado Sindipeças, em 1976. A organização do setor ocorreu três anos antes da fundação da associação dos fabricantes de veículos, a Anfavea, comprovando que o País já tinha cadeia automotiva formada. O passo seguinte do governo, em 1954, foi criar a CEIMA, Comissão Executiva da Indústria de Material Automobilístico, com a missão de propor metas de nacionalização, orientar e convidar fabricantes a produzir veículos no País com grandes porcentuais de componentes nacionais e processos completos de manufatura, inclusive de motores, na época 100% importados. Ford, GM, FNM, Mercedes-Benz, Vemag e Willys-Overland apresentaram projetos de nacionalização, mas foram todos adiados, pois um mês depois da instalação da CEIMA o suicídio do presidente Vargas causou caos político e paralisou os planos. Mas a direção já estava dada e facilitou o trabalho do governo seguinte. O mesmo Lúcio Meira que coordenou a CEIMA foi nomeado por Kubitschek, em 1956, ministro da Viação e Obras Públicas. Em junho daquele ano, sob o guarda-chuva do Ministério, foi instaurado o GEIA, Grupo Executivo da Indústria Automobilística, com a missão de organizar estímulos e metas para a instalação da indústria automotiva. Os convites já feitos às empresas foram renovados e novas tratativas encaminhadas. RÁPIDA INDUSTRIALIZAÇÃO Graças à cadeia de componentes já estabelecida no País a nacionalização de produtos foi rápida. Em 1956, mesmo ano em que foi fundada a Anfavea, havia 1,2 mil fábricas de autopeças em operação, 150 delas de grande porte – Bosch e ZF dentre elas –, o que já permitia a muitas montadoras sustentar níveis de nacionalização de veículos acima dos 40%. A base existia mas era necessário estimular grandes investimentos em áreas críticas, especialmente forjados, fundidos e estampados, além de equiparar a qualidade dos produtos a padrões internacionais. Para tanto o GEIA ofereceu, para fabricantes de veículos e de autopeças, benefícios como isenção de impostos e câmbio subsidiado para importação de máquinas e equipamentos, empréstimos a juros baixos do BNDE, bem como proteção fiscal e cambial do mercado interno contra importações. DKW-VEMAG: os primeiros modelos DKW... ...saíram da linha da Vemag em 1956 e... ...foram produzidos no Ipiranga até 1968 Reprodução Internet/Lexicar ESPECIAL 100 MILHÕES » A NACIONALIZAÇÃO [1957-1989 » 20,1 MILHÕES]

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