AutoData | Julho 2025 49 no bairro paulistano do Ipiranga, também já tinha o plano pronto e só aguardava as definições do governo. Também no mesmo ano da criação do GEIA a Mercedes-Benz já tinha planos prontos e inaugurou sua fábrica brasileira para produzir caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, SP, operante até hoje. No ano seguinte foi a vez da Volkswagen inaugurar, na mesma cidade, à margem da Via Anchieta, o que viria a ser por muitos anos o maior complexo fabril de produção de veículos da América Latina. A GM, outra que já tinha atendido convite do CEIMA para produzir veículos e aguardava definições, reapresentou seu projeto ao GEIA para fabricar picapes e caminhões com alto nível de localização, o que envolveu, em 1958, a inauguração de sua segunda fábrica no Brasil, em São José dos Campos, SP, inicialmente para produzir motores para os modelos nacionalizados. Após algumas desistências e reformulações de planos, de 1957 a 1960, foi realmente efetivada a produção de automóveis, utilitários, caminhões e ônibus de onze empresas: FNM, Ford, GM, International, Romi, Mercedes-Benz, Simca, Toyota, Vemag [DKW e Scania], Volkswagen e Willys-Overland. Com exceção da estatal FNM todas as demais eram fabricantes internacionais, algumas com participações no capital de empresários brasileiros. Embora os volumes ainda fossem muito baixos, menos de 100 mil veículos produzidos por ano, apenas metade da capacidade já instalada, a nacionalização aumentava e com ela as compras de fornecedores nacionais: em 1959 as montadoras compraram US$ 143 milhões, ou US$ 1,5 bilhão hoje, e somavam US$ 113,7 milhões, US$ 1,2 bilhão hoje, investidos em máquinas e equipamentos importados que foram incorporados às fábricas brasileiras. Inclusive os próprios fabricantes investiram na produção de componentes que não encontravam no mercado. O PRIMEIRO SALTO Na virada da década seguinte os volumes superaram a barreira dos 100 mil veículos, chegando a 133 mil produzidos em 1960. Os índices de nacionalização, em peso, ainda estavam abaixo das metas preconizadas pelo GEIA, mas os porcentuais já tinham avançado bastante, do mínimo de 60% do Toyota Land Cruiser/Bandeirante para o máximo de 98% da Rural Willys. Boa parte dos fabricantes já produziam seus próprios motores no Brasil. Já em 1964 a maioria dos produtos tinha índice de localização acima dos 90%, chegando em alguns casos a mais de 99%. Naquele ano as fábricas somaram seu primeiro milhão de veículos produzidos desde 1957, a indústria nacional já era responsável por ter colocado para rodar 54% da frota em circulação – sete anos antes este porcentual era de ínfimos 3,7%. O Brasil, até então fora do círculo de grandes fabricantes, com 183,7 mil unidades fabricadas naquele ano, tornou-se o nono maior produtor – muito atrás dos 9 milhões dos Estados Unidos ou dos 2 milhões da Alemanha, na época em que a China sequer aparecia na lista dos deVOLKSWAGEN: nos anos 1960, linha de solda... ...carrocerias saindo da pintura... ...e chegando à montagem final Divulgação/Volkswagen
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