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Julho 2025 | AutoData 58 para preservar seus direitos políticos – a segunda Câmara Setorial foi formada. Desta vez já sob o governo Itamar Franco o colegiado criou o que se chamou de segundo acordo setorial automotivo, com participação mais ampla de centrais sindicais nas discussões. As negociações tripartites de Estado, capital e trabalho representaram uma experiência inédita no Brasil, de construção negociais pragmáticas que visavam a modernização de um importante setor industrial do Brasil, que sempre teve peso relevante na economia nacional. Entraram na pauta questões relativas às metas de produção, novo corte de impostos, condições para financiamento de veículos, mais reduções nas margens de lucro da cadeia produtiva, além de temas trabalhistas e ligados ao desenvolvimento de novas tecnologias e de qualidade. O resultado foi uma nova política tributária, com reduções de IPI e ICMS, mais linhas de financiamentos, sobretudo para veículos comerciais, reajuste de 20% nos salários, comprometimento de aumento da produção e da capacidade produtiva, modernização do parque fabril. Tudo isto transformou definitivamente a indústria automotiva nacional e pavimentou o setor para a chegada de novas empresas multinacionais do setor ao País, fabricantes de veículos e de autopeças. Aos críticos, que não foram poucos, e alegavam prejuízo ao Brasil por causa da queda do IPI, a arrecadação de R$ 131,1 milhões no período de março de 1993 a dezembro de 1995, contra R$ 92,5 milhões em igual período antes do segundo acordo setorial, demonstrou que o diálogo com objetivos em comum resulta em boas soluções para todos, inclusive pode melhorar a situação fiscal do País sem aumentar tributos. Exatamente em 4 de março de 1993 o governo Itamar Franco decretou que os veículos que utilizassem motorização de até 1 mil cm3 de cilindrada recolheriam IPI de 0,1%, um corte drástico com relação aos 14% e 20% de anos anteriores, aumentando sensivelmente o tamanho do mercado, pois permitiu que relevante camada da população tivesse acesso a carros com preços muito mais adequados à renda média do brasileiro. Estava criado o programa do Carro Popular 1.0 e todos os fabricantes apresentaram planos de lançar estes modelos nos anos seguintes, em alguns casos com adaptações toscas de motores maiores. Mas funcionou e a indústria renasceu, com volumes crescentes de produção. Em 1993, pela primeira vez, o Brasil produziu quase 1,4 milhão de veículos, somando automóveis e veículos comerciais FUSCA ITAMAR Para atender ao pedido do presidente da República a Volkswagen relançou o Fusca em 1993 e ganhou de presente a classificação do modelo como carro popular isento de IPI, único da categoria que não tinha motor 1.0 O CARRO POPULAR Alguns dos primeiros modelos 1.0 com IPI zerado: a Fiat lançou o Uno Mille em 1993 e no ano seguinte a Volkswagen apresentou a segunda geração do Gol, enquanto a GM agitou o mercado com o Chevrolet Corsa, em 1994. Divulgação/Gm Divulgação/VW Divulgação/VW Divulgação/Fiat ESPECIAL 100 MILHÕES » A ABERTURA [1990 - 1995 » 7,5 MILHÕES]

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