423-2025-07

Julho 2025 | AutoData 66 produzissem veículos com o mínimo de 60% de conteúdo nacional. Desta forma, segundo o raciocínio daqueles que formularam o Regime Automotivo, estaria se desenvolvendo um perfil exportador para a indústria nacional, o que compensaria o incremento das importações de bens de capital, peças, componentes e insumos. Houve, ainda, uma série de benefícios regionais concedidos pontualmente aos grupos interessados em investir como cessão de terrenos e terraplanagem bancados por estados e municípios e isenções de tributos locais dos mais variados. Dizem, até, que no Sul a entrada em certas boates era franqueada para quem dispusesse de certos crachás... A ideia de descentralizar a produção nacional, para muito além além dos incentivos estaduais e municipais, foi adiante também pelo governo federal com a MP 1 532/96 que se transformou na lei 9 449/97, que criou o Regime Nordeste, com a concessão de grandes isenções de tributos para projetos de instalação de fábricas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. O maior benefício, por tempo determinado e estendido diversas vezes, foi a isenção do IPI para veículos e peças produzidas nestas regiões. ONDA DE INVESTIMENTOS A década de 1990 realmente foi o período mais intenso da história da indústria automotiva nacional porque ali se desenvolveu um parque produtivo jamais visto na região. Para acompanhar este momento e registrar essa história, inclusive, nascia AutoData, em 1992. Além dos grandes jornais impressos que estampavam algumas páginas sobre essa transição industrial sem precedentes, apenas esta revista foi capaz de registrar todos os acontecimentos deste momento histórico. Afinal, para recorrer a um termo bastante usado hoje em dia, foi, isto sim, uma verdadeira ofensiva de montadoras anunciando investimentos e o início de operação de produção no Brasil. As novatas Honda, Chrysler, Renault, PSA Peugeot Citroën, Mitsubishi/HPE, Audi, Caoa/ Hyundai, Mercedes-Benz Cars, Land Rover, Nissan e Iveco ficaram conhecidas como as newcomers. O Regime Automotivo atraiu algo como de US$ 17,5 bilhões a quase US$ 30 bilhões de investimentos diretos. Como nunca ninguém teve acesso nem há registros públicos dos extratos destes investimentos vale o oficialismo: a Anfavea diz que foram mais de US$ 20 bilhões por causa do Regime Automotivo. O BNDES contabiliza que, de 1991 a 2001, os investimentos das fabricantes de veículos totalizaram US$ 17,5 bilhões, enquanto os do setor de autopeças chegaram a US$ 11,9 bilhões. O número de fabricantes de automóveis e comerciais leves no País saltou de cinco, em 1990, para doze no início dos anos 2000, com dez fábricas inauguradas, que se juntaram às sete existentes ESPECIAL 100 MILHÕES » O NOVO SALTO [1996-2010 » 34,4 MILHÕES] Audi A3 hatch premium nacional compartilhou a linha de montagem no Paraná com o VW Golf Fábrica da Ford em Camaçari começou a produzir o Fiesta antes do projeto Amazon, que originou o SUV Ecosport Divulgação/Ford Divulgação/Audi

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