AutoData | Julho 2025 73 foi regulado pela adoção de novas políticas industriais dedicadas ao setor, na sequência de Inovar-Auto, Rota 2030 e o atual Programa Mover, que induziram a evolução tecnológica dos produtos e a nacionalização da produção em troca de incentivos e uma nova onda de protecionismo contra as importações. O impulso veio da expectativa, depois revertida, de crescimento do mercado doméstico, que sozinho não foi capaz de sustentar toda a expansão dos fabricantes. Ao mesmo tempo as exportações, embora tenham alcançado recorde histórico em 2017, também não chegaram a volumes que pudessem sustentar a produtividade das fábricas. Crises políticas e econômicas provocaram queda expressiva das vendas, seguida por período de lenta recuperação, quebrado pela pandemia de covid, até chegar ao momento atual, de curva lenta do crescimento da produção, que sempre ficou acima de 2 milhões de unidades/ano, mas nunca mais ultrapassou os 3 milhões/ano. A EXPANSÃO No início dos anos 2010 o cenário de crescimento acelerado da demanda, principalmente interna, resultou na emergência de instalação e ampliação de fábricas, e na retomada de operações de algumas montadoras, com uma nova onda de investimentos que não se via desde o Regime Automotivo, de 1995. Fabricantes de veículos leves, novos ou já instalados, aportaram o equivalente a US$ 22 bilhões no período 2011-2015 em seus empreendimentos. Desde 2011 foram inauguradas nada menos que doze novas fábricas de veículos no Brasil, cinco delas de grande porte, para produção de mais de 200 mil unidades/ano, e duas de caminhões. Dentre as novas plantas inauguradas a maior é a da Fiat/FCA [pré-Stellantis] em Goiana, PE, anunciada no fim de 2010 e inaugurada em 2015, beneficiada pelos incentivos generosos do Regime Nordeste, para a produção de modelos Jeep e Fiat Toro. Das doze novas fábricas metade eram de empresas que não tinham produção no Brasil antes, a começar pela Hyundai, que já tinha um par de seus veículos produzidos sob licença pelo Grupo Caoa desde 2007. Em 2012 a fabricante coreana inaugurou um grande parque fabril próprio em Piracicaba, SP, para produzir uma linha mais popular de veículos, o HB20 e, depois, o Creta. O crescimento foi acelerado. Três produtos bem-sucedidos garantiram ocupação total da capacidade desde o primeiro ano de operação, com três turnos contínuos durante quase todos os últimos dez anos. Em 2018 a empresa atingiu seu primeiro 1 milhão de veículos produzidos, surpreendendo a matriz na Coreia do Sul. O ritmo atual é de 210 mil unidades/ano. Também em 2012 a Toyota, que já operava com fábricas em São Bernardo do Campo e Indaiatuba, SP, ampliou sua BMW Fabricante alemã foi a primeira das marcas premium a construir fábrica no Brasil, que começou a produzir em Araquari, SC, em 2014: legado do Inovar-Auto. AUDI Idas e vindas: após deixar de produzir no Brasil, em 2006, a marca voltou a montar carros na fábrica da sócia Volkswagen em São José dos Pinhais, PR, em 2015, parou de novo em 2020 e retomou a montagem de kits SKD em 2022. Divulgação/Audi Divulgação/BMW
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