423-2025-07

AutoData | Julho 2025 77 regulamentado no ano seguinte, o Inovar-Auto inaugurou esta nova fase com claro protecionismo à indústria nacional, impondo sobretaxação de 30 pontos porcentuais ao IPI de veículos importados de fora do Mercosul e do México, países com os quais o Brasil mantém acordos comerciais. Em troca da proteção contra as importações o governo exigiu contrapartidas, como investimentos mínimos em pesquisa, desenvolvimento e engenharia de produção, obrigatoriedade de localizar etapas produtivas e, pela primeira vez, metas de eficiência energética para reduzir consumo e emissões. O Inovar-Auto de fato promoveu alguns avanços e a produção nacional em 2013 atingiu seu pico histórico de 3,7 milhões de veículos. Porém a crise político- -econômica dos anos seguintes fez os volumes voltarem a declinar, a partir de 2015 voltando a ficar abaixo dos 3 milhões, um patamar que não seria mais alcançado até hoje. O Inovar-Auto terminou em 2017, considerado ilegal pela OMC, Organização Mundial do Comércio, mas a esta altura já tinha cumprido a missão de frear as importações e aumentar a nacionalização da produção de veículos. Em 2017 foi aprovado um novo programa, menos protecionista e mais amplo, que propôs três ciclos de cinco anos cada com diretrizes para o desenvolvimento da indústria. Em vigor a partir de 2018 o primeiro ciclo do Rota 2030 focou na concessão de incentivos para inovação, inclusão de mais sistemas de segurança nos veículos e novo aperto nas metas de eficiência energética, além de direcionar recursos a institutos de pesquisa para desenvolver projetos para o setor. O Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, foi editado pelo governo para substituir o Rota 2030 de sua segunda fase em diante. A política setorial entrou em vigor em 2024 e tem objetivos e incentivos programados até 2028. O Mover manteve as obrigações de adoção de sistemas de segurança, aprimorou as metas de eficiência energética, instituindo a medição de CO2 do poço à roda – e, mais adiante, do berço ao túmulo – e incluiu a reciclabilidade dentre os fatores levados em conta para calibrar o IPI dos DAF Marca holandesa do Grupo Paccar é a mais nova fabricante de camihhões a se instalar no Brasil, com fábrica inaugurada em Ponta Grossa, PR, em 2014. Divulgação/DAF

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=