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AutoData | Julho 2025 79 produto nacional: “Tivemos uma melhoria de 12% a 15% na eficiência energética em cada programa, uma situação sem similar em nenhum outro país do mundo, além de avanços significativos em segurança. Com esses programas o patamar dos veículos com desenvolvimento nacional foi elevado, algo que é muito importante”. As políticas industriais trouxeram benefícios significativos, incluindo economia de combustível e redução de CO2, beneficiando a saúde e o meio ambiente, destaca Murilo Briganti, COO da Bright Consulting. Ele observa melhorias pontuais a cada programa e, principalmente, estímulos ao investimento. Segundo calculam os fabricantes de veículos reunidos na Anfavea e os fornecedores de componentes representados pelo Sindipeças, o Mover estimula investimentos da cadeia produtiva nacional que superam os R$ 180 bilhões até a virada para a próxima década, o que efetivamente deverá induzir a aumentos da produção. LENTA RECUPERAÇÃO Desde 2011 políticas setoriais vêm guiando os passos do setor automotivo no Brasil mas, até o momento, não foram capazes de compensar toda a redução observada nos volumes de produção, que voltaram a crescer nos últimos anos, mas em ritmo bastante inferior ao verificado até o recorde de 2013, de 3,7 milhões de unidades produzidas. Após atingir o recorde a produção automotiva no Brasil entrou em declínio devido à crise econômica iniciada em 2014, passando por recuperação gradual de 2016 até 2019. No entanto, eventos globais e locais, como a pandemia de covid-19, em 2020, que causou paralisações de fábricas e queda na demanda, e a escassez mundial de chips em 2021 e 2022, que limitou a produtividade com novas paralisações de linhas, não permitiram que a produção de veículos no País deslanchasse como antes. A recuperação do setor tem sido lenta e desafiadora até 2024, enfrentando fatores como instabilidade econômica, juros altos, inflação, problemas na cadeia de suprimentos e, mais recentemente, uma crescente competição com veículos importados da China. Diante do cenário adverso alguns fabricantes decidiram encerrar suas atividades produtivas no País. A Mercedes- -Benz fechou a fábrica de automóveis de baixos volumes em Iracemápolis no fim de 2020 e, em 2021, vendeu a unidade para o grupo chinês GWM. A bomba maior explodiu em janeiro de 2021, quando o mercado foi surpreendido pelo anúncio de encerramento das atividades industriais da Ford, após mais de 100 anos ininterruptos de produção. Em 2019 a empresa já tinha anunciado o fechamento da histórica fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP, onde ainda eram produzidos os seus camiHPE/ MITSUBISHI Das poucas montadoras de capital nacional a sobreviver no País, a HPE produz sob licença modelos da marca japonesa em Catalão, GO, desde 1998 HYUNDAI Atraída pelo expressivo crescimento do mercado brasileiro a coreana decidiu abrir fábrica própria em Piracicaba, SP, em 2012: produção acelerada desde o primeiro ano. Divulgação/HPE Divulgação/Hyundai

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