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Julho 2025 | AutoData 82 O aumento acelerado das importações logo resultou em reclamações das empresas já instaladas que foram seguidas por promessas de produção local de mais de uma dúzia de fabricantes chineses. A GWM foi a primeira, com a compra, no fim de 2021, da fábrica da Mercedes-Benz que estava fechada em Iracemápolis, e anúncio de investimentos de R$ 10 bilhões no Brasil em dez anos. A produção está prevista para começar este ano, mas ainda com menos de 35% de nacionalização. A BYD também montou plano para importar e, ao mesmo tempo, prometeu participar da produção nacional de veículos por meio da compra do complexo produtivo que a Ford fechou em Camaçari, BA. Com promessa de investimento de R$ 5,5 bilhões a BYD não aproveitou as instalações antigas da Ford, decidiu construir novas, e passados dois anos tudo que fez foi erguer um novo edifício para montar kits semidesmontados que chegam quase prontos da China, em instalações que até o fim de julho ainda não tinham começado a operar. A ideia é montar até 150 mil unidades/ano do elétrico Dolphin Mini e dos híbridos plug-in Song Plus e King. Várias outras fabricantes chinesas também dizem querer produzir no Brasil: GAC, Omoda Jaecoo [do Grupo Chery], SAIC/ MG e Geely – esta em associação com a Renault – são as que fizeram anúncios de produção local ainda sem esclarecer nem onde ou como. Para o presidente da AEA, Marcus Vinícius Aguiar, a indústria automotiva enfrenta um cenário desafiador com a chegada dos fabricantes da China: “O crescente volume de importações e a predominância de modelos SKD [semidesmontados a serem montados no Brasil], tem prejudicado o adensamento da cadeia produtiva local, a geração de empregos e a arrecadação de impostos, minando o controle do mercado interno”. Para Aguiar a desindustrialização é uma preocupação latente, evidenciada pela escassez de mão-de-obra qualificada e pela intensa concorrência de mercados com práticas menos rigorosas. Há um claro apelo por políticas industriais que exijam a localização da produção de peças e componentes, seguindo modelos VOLKSWAGEN Em 72 anos de produção nacional a empresa alemã tornou-se a maior produtora de veículos do País, com mais de 25 milhões de unidades fabricadas em três linhas de montagem, como a de Taubaté, SP, que começou a produzir o Tera (na foto) ESPECIAL 100 MILHÕES » SOB NOVAS POLÍTICAS [2011-2024 » 38,6 MILHÕES] Divulgação/VW

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