91 AutoData | Julho 2025 pela BYD, que por ora só importa veículos eletrificados da China. A participação de mercado da Nissan oscila na casa dos 3%, por vezes batendo nos 4%. O portfólio, que à época do lançamento do Kicks oferecia um hatch compacto de volume, o March, e o pequeno mas espaçoso sedã Versa, todos os três produzidos em Resende, RJ, hoje é formado essencialmente por importações do México de Versa e Sentra, além da picape Frontier que vem da Argentina – e que também será mexicana em 2026. A esta linha de produtos agora se somam as duas gerações do Kicks na fábrica brasileira. Ainda assim o Kicks antigo, agora chamado de Kicks Play, mostrou resiliência e força no mercado nacional. No ano passado, com apenas uma reestilização em nove anos, feita em 2021, bateu seu recorde de vendas, somando 60,5 mil emplacamentos, 19% acima do resultado de 2023. Com a chegada da nova geração o plano é retomar a trajetória ascendente. O pacote de R$ 2,8 bilhões de investimentos na operação brasileira, anunciado em 2023 ainda antes da publicação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, prevê ainda mais um SUV para Resende, este com ambições ainda maiores. Mas é o Novo Kicks que abre este novo capítulo da Nissan do Brasil. ESPERANÇA NO MERCADO BRASILEIRO Dentro da Nissan global o Brasil é um oásis. Enquanto se fala em reestruturação com fechamento de fábricas, demissões e congelamento de investimentos por aqui o ciclo de R$ 2,8 bilhões está garantido, assim como a produção de mais um novo modelo, e a expectativa é a de aumentar a produção de Resende. A fábrica foi modernizada para receber os dois SUVs, o Novo Kicks e o modelo inédito, o que indica confiança da companhia em se manter ativa por mais alguns anos. Quatrocentos trabalhadores foram contratados inicialmente e o ritmo de produção será ampliado de 24 para 32 veículos por dia, um avanço de 33%, segundo o presidente para o Brasil, Gonzalo Ibarzábal. O executivo justifica a confiança: “O Brasil é o mercado em que nós temos oportunidade de crescimento: é um mercado ascendente, e são poucos os mercados globais em alta, e nós temos uma participação ainda baixa, ano passado fechamos em 3,5%. Então temos oportunidade para ir além”. O primeiro objetivo, segundo Ibarzábal, é bater novamente a marca de 100 mil unidades vendidas no Brasil. A expectativa é a de que esta meta possa ser alcançada ainda em 2025, embora o cenário esteja desfavorável – no primeiro semestre as vendas da Nissan caíram 16,7%, para pouco mais de 35 mil unidades. Superada a barreira dos seis dígitos a Nissan procurará obter um novo recorde de vendas – o antigo vem de lá atrás, 2012, quando 104,8 mil unidades foram emplacadas, ainda com o March no portfólio. E mais adiante existe uma meta maior estabelecida: 7% de participação. “Não será nos próximos meses, tomará algum tempo e não será apenas com estes produtos, teremos novidades no futuro.” EXPORTAÇÃO E NOVO SUV A chegada do novo SUV, ainda mantido sob mistério, será o início do passo seguinte. A Nissan não forneceu pormenores a respeito de seu porte, mas especula-se que será menor – é um veículo inédito, sem produção em qualquer outra fábrica Nissan no mundo. Como a produção está prevista somente para Resende a Nissan do Brasil será responsável por abastecer mais de vinte mercados da América Latina, incluindo o México, e, quem sabe, cruzar o Oceano Atlântico: “É a comprovação do quanto a Nissan acredita na qualidade que temos em nossa fábrica local”. O Novo Kicks seguirá o destino de exportação de sua antiga carroceria, o Kicks Play: a fábrica brasileira abastecerá apenas Paraguai e Argentina, o resto será suprido pelo México. O primeiro destino já está sendo atendido e as primeiras unidades desembarcaram no mercado paraguaio em meados de julho.
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