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93 AutoData | Julho 2025 tos fixos e em outro R$ 1 bilhão os custos variáveis no atual ano fiscal. O encerramento da operação fabril na Argentina, em fábrica que dividia com a Renault em Córdoba, com a transferência para o México da produção da picape Frontier, e o fechamento do escritório no Rio de Janeiro, RJ, são dois exemplos de cortes de custos fixos na América do Sul. Meunier não entrou em pormenores mas as ações mais robustas deverão ocorrer na América do Norte, onde a operação é maior e existe gordura para ser queimada. Porque no Brasil, segundo o próprio chairman, a situação é diferente. O investimento de R$ 2,8 bilhões previsto até o fim do atual ano fiscal está confirmado, bem como a produção de dois novos SUVs na fábrica de Resende, RJ – o primeiro deles o Novo Kicks. “Eu acho que o Brasil terá um papel muito importante e estamos comprometidos com a operação de Resende. O desempenho aqui está bom, no México estamos indo bem e na América do Norte estamos em recuperação.” PRINCIPAL DIVISÃO DA NISSAN Meunier retornou à Nissan após quase cinco anos na Stellantis, em que chegou ao posto de CEO global da Jeep e integrante do Comitê Executivo. Antes foram dezessete anos na companhia japonesa, incluindo uma passagem pelo Brasil, de 2010 a 2012, na qual liderou a construção da fábrica de Resende, onde é produzido o novo modelo lançado no mercado nacional. A Américas é a principal divisão global da Nissan, apesar de sua sede e muitas das atenções estarem no Japão. O braço comandado por Meunier é responsável por 45% das vendas no mundo, somando de 1,4 milhão a 1,5 milhão de unidades, e porcentual ainda maior em receitas, por causa do maior tíquete médio dos veículos comercializados, especialmente nos Estados Unidos. No México a Nissan é a maior fabricante de veículos, líder de vendas e, como destacou Meunier, a que mais vende naquele mercado os veículos produzidos no próprio país. No Brasil, onde detém em torno de 3,5% das vendas, o objetivo é dobrar a participação – e, por isto, aqui é o mercado com maior potencial de crescimento. Como ambos os mercados estão bem o principal foco se concentra nos Estados Unidos: “Nós nunca perdemos o engajamento dos nossos revendedores na América do Sul, mas perdemos na América do Norte. A boa notícia é que os concessionários estão envolvidos com a Nissan novamente e eu estou muito confiante. Nós somos rápidos e sairemos rapidamente desta situação”. Questionado a respeito das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Meunier minimizou e brincou: “Sou bem treinado em tarifas porque já estive no Brasil”. Segundo ele os planos permanecem, por ora, inalterados: segue a produção do atual portfólio no México e nos Estados Unidos, onde as fábricas entregam veículos de maior valor agregado – algo que pode, inclusive, ser positivo para engordar as margens. “Não estamos movimentando carros de uma fábrica para a outra. É algo que leva tempo, até dois anos, para transferir todo o equipamento. Não vamos mexer nisso e nem reduzir a produção no México, que tem carros menores em linha.” E no Brasil?: “Nada muda. Completamente sem efeitos”. O Novo Kicks já lançado no Brasil: expectativa de aumento de volumes e receitas.

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