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36 Agosto 2025 | AutoData INDÚSTRIA » TENDÊNCIAS derão responder por mais da metade das vendas e da produção no País, com reflexos na engenharia local: “O Brasil tem forte potencial para se tornar um polo para o desenvolvimento de software automotivo. A demanda do consumidor acompanha essa tendência”. Murilo Briganti, COO da Bright Consulting, nota que a busca por tecnologia é cada vez maior nos veículos, valorizando itens como centrais multimídia, mais polegadas de telas a bordo, conectividade e interação virtual com o ambiente. Gábor Deák, diretor de tecnologia e sustentabilidade do Sindipeças, resume o futuro da mobilidade sob o conceito CAS-E: sigla em inglês para veículos conectados, autônomos, compartilhados e elétricos. TRANSIÇÃO À BRASILEIRA No contexto brasileiro a transição energética adota uma abordagem singular, pautada pela neutralidade tecnológica e pela avaliação do ciclo de vida do produto, cujo objetivo é reduzir ou neutralizar emissões de carbono sem eleger uma tecnologia específica para tanto. O Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, incentiva a descarbonização de forma ampla, sem focar somente na eletrificação e aproveitando o potencial da energia mais limpa que o Brasil produz em quantidade. O etanol, biocombustível presente na matriz energética veicular do País desde os anos 1980, evoluindo para o flex fuel nos anos 2000, agora também para os eletrificados híbridos, representa um caminho de eletrificação gradual combinado com a infraestrutura já existente. A combinação de biocombustíveis, como etanol e biometano, com diversas tecnologias é proposta como a solução mais eficaz para o Brasil. Diretor de comunicação e ESG da Toyota do Brasil e integrante do conselho do MBCB, Acordo de Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil, Roberto Braun reforça que o País é referência global em biocombustíveis e veículos flex: “O híbrido flex é uma solução eficiente e viável para a eletrificação, considerando as limitações atuais de infraestrutura”. As grandes fabricantes de veículos já refletem essa visão em seus planos. A Volkswagen do Brasil, por exemplo, dentre os alvos de seu investimento de R$ 20 bilhões na América do Sul até 2028, destaca a adoção de sistemas híbridos flex para boa parte dos lançamentos programados. Para Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, a transformação global do setor é um fato e a empresa aposta na tecnologia Bio-Hybrid, que integra propulsão flexfuel à eletrificação em vários níveis em novos modelos, como as já lançadas versões de Pulse e Fastback com sistema híbrido flex leve – o primeiro passo para evoluir para níveis mais elevados de eletrificação. A Honda, por sua vez, também manterá seu investimento no Brasil expandindo as tecnologias híbridas e flex, pois considera em seus planos o etanol uma das melhoA plataforma Bio-Hybrid da Stellantis estreou com sistema híbrido flex leve de 12V em versão do Fiat Fastback: primeiro passo da eletrificação com etanol. Divulgação/Toyota Divulgação/Stellantis

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