37 AutoData | Agosto 2025 res soluções globais de descarbonização da matriz energética veicular. MAIS FLEX, MAIS HÍBRIDO FLEX “A rápida evolução tecnológica, especialmente impulsionada por polos como a China, tem gerado uma drástica redução na vida útil das plataformas veiculares”, conta Marcus Vinícius Aguiar, presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva. Para ele a hibridização e a eletrificação são a próxima fronteira tecnológica que faz a evolução girar mais rápido. A frota brasileira, consolidada nos últimos vinte anos com a tecnologia flex – que hoje representa três quartos dos veículos em circulação e deve superar 90% em uma década – caminha para ser cada vez mais “flex e mais flexível”. Masao Ukon, do BCG, resume que os próximos dez a vinte anos trarão evoluções significativas na indústria, combinando biocombustíveis e eletrificação para aumentar a eficiência e reduzir a pegada de carbono: “Este movimento demandará investimentos e o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva”. No cenário nacional Camilo Adas, da SAE Brasil, também prevê que o futuro dos veículos de passeio no País será dominado pelo carro flex e, em especial, pelo híbrido flex. Essa projeção se baseia na alta porcentagem da frota nacional que já utiliza a tecnologia bicombustível etanol-gasolina e no conhecimento da engenharia brasileira nesse campo: “A eletrificação no País se manifestará primariamente como uma hibridização crescente, coexistindo e expandindo-se em conjunto com os sistemas flex. Assim a descarbonização ocorrerá por meio de uma transição energética gradual, em que soluções híbridas flexíveis e biocombustíveis serão essenciais”. George Rugitsky, diretor de economia e mercados da Abipeças e do Sindipeças, corrobora essa visão. Ele aponta que a transição para veículos elétricos será mais lenta no Brasil devido às suas peculiaridades, e que a solução híbrida flex é tão eficaz quanto a eletrificação total, sendo mais adequada ao contexto brasileiro: “Isto permite uma transição gradual e organizada para a cadeia de valor”. Quem produz os carros já está alinhando seus planos a esta realidade. Enquanto a Volkswagen reitera o seu programa de lançar 21 novos produtos até 2028 no Brasil, com os modelos híbridos fazendo sua estreia em breve, o Grupo Stellantis, por sua vez, investe R$ 30 bilhões no País de 2025 a 2030 para lançar quarenta novos produtos e oito powertrains, avançando com a tecnologia Bio-Hybrid. Cappellano prevê uma matriz de propulsão diversificada no mercado brasileiro, combinando motores flex eficientes, sistemas híbridos e veículos elétricos. “A produção local de veículos eletrificados, sejam híbridos ou elétricos, dependerá da consolidação e aceitação do mercado interno e da previsibilidade de volume, sendo inicialmente importados”, avalia Ricardo Martins, vice-presidente administrativo da Hyundai Motor Brasil. A empresa, contudo, globalmente faz apostas de longo prazo para a propulsão elétrica a hidrogênio. O Nexo, carro elétrico com pilhas de hidrogênio mais vendido do mundo, já faz testes no Brasil e a empresa também pretende trazer um caminhão para avaliação nas estradas brasileiras. INFRAESTRUTURA ENERGÉTICA Ukon, do BCG, assinala que o Brasil tem vocação natural para ser um polo de biocombustíveis, já sendo líder na primeira Divulgação/BCG Divulgação/SAE Brasil
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