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39 AutoData | Agosto 2025 O hidrogênio, embora promissor, apresenta grandes desafios infraestruturais, dada a complexidade de sua produção e armazenamento em alta pressão. Ricardo Martins, da Hyundai, destaca a colaboração da marca sul-coreana com a USP para desenvolver a produção de hidrogênio verde extraído do etanol: “Uma solução seria ter reformadores portáteis em postos que já tem o etanol. O biometano, por sua vez, tem uma infraestrutura em desenvolvimento com custos mais baixos”. TENDÊNCIAS EM MATERIAIS A evolução dos materiais na produção automotiva é um dos princípios da busca por maior eficiência e sustentabilidade. Para Gilberto Martins, da Anfavea, componentes mais leves e resistentes são essenciais para compensar o peso das baterias em veículos eletrificados, um avanço crucial para a eficiência energética e a segurança veicular. Ukon, no BCG, lembra que o aço e o alumínio brasileiros já são considerados “mais verdes” devido à matriz energética renovável do País e à forte cultura de reciclagem. O consultor ainda destaca que o Brasil avançou ao medir e considerar para efeito legal as emissões dos veículos no ciclo “do poço à roda”, colocando na conta toda a cadeia energética desde a produção e distribuição até o uso do combustível, sem deixar emissões de fora. O próximo passo nesse sentido é a avaliação completa no ciclo “do berço ao túmulo”, o que inclui a reciclagem. Aguiar, pela AEA, ressalta que novos materiais, juntamente com turbocompressores e tecnologias embarcadas, foram decisivos para o downsizing de motores, menores e com a mesma potência, otimizando a eficiência energética dos veículos. Briganti, da Brigth, também aponta a busca por interiores com revestimentos suaves ao toque e acabamento superior, menos plástico e a evolução de materiais estruturais que aumentam a segurança, como aços de alta resistência: “A busca por materiais mais leves e sustentáveis é uma prioridade”. SEGURANÇA E DIREÇÃO AUTÔNOMA A segurança veicular é outro destaque na evolução automotiva, com regulamentações e tecnologias avançadas impulsionando a área. Martins, da Anfavea, explica que o Contran já delineou um roteiro para a introdução de tecnologias e itens de segurança passiva e ativa nos próximos anos. A chegada ao Brasil dos ADAS, sigla em inglês para Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista, como frenagem autônoma e assistente de permanência em faixa, tem o dom de reduzir acidentes e fatalidades. Briganti enfatiza que a adoção de ADAS aumentará significativamente nos próximos anos, impulsionada por obrigações e incentivos previstos na legislação e pela redução de custos devido ao aumento de volume de produção: “Mas a direção autônoma em larga escala ainda está distante para o Brasil, devido a desafios de segurança, malha rodoviária e infraestrutura”. Deák, do Sindipeças, insere os níveis de direção autônoma no A do conceito CAS-E, destacando a evolução dos carros conectados que agora incorporam sistemas de segurança ativa avançados, como alerta de saída de faixa e controle de velocidade adaptativo: “A integração de mais sistemas de segurança é impulsionada pela demanda do mercado”. Aguiar, presidente da AEA, aponta que houve uma antecipação na implementação dos ADAS no Brasil, mas ele reconhece que a evolução para o carro Divulgação/Sindipeças Divulgação/Brigth

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