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47 AutoData | Agosto 2025 bus a gás porque primeiro é preciso ter a infraestrutura. Como não há biometano disponível em grande quantidade todas as análises estão sendo feitas.” A Scania coleciona resultados positivos em testes com ônibus movidos a gás já executados em Londrina, PR, Recife, PE, Ribeirão Preto, SP, Rio de Janeiro, RJ, Goiânia, GO, e atualmente experiências estão em curso em Campo Grande, MS, e num próximo momento em Vitória, ES. Os testes foram feitos com uso de biometano puro e misturado com gás natural, combustível fóssil que tem a mesma composição química do biocombustível gasoso. A experiência da Scania inclui também ônibus rodoviários a gás em trajetos de curta e média distâncias. Cecchetto destaca as vantagens desta alternativa: “O Brasil é um dos países que mais produzem biomassa. Enquanto não houver biometano em escala o GNV [Gás Natural Veicular] pode ser utilizado como combustível de transição em alguns casos. Do ponto de vista de emissões ele se equipara ao diesel, sem os particulados”. O executivo lembra também a boa aceitação dos passageiros por causa do funcionamento mais silencioso e do menor nível de vibração do motor a gás em comparação ao diesel. Para Walter Barbosa, da Mercedes- -Benz, existe outra forma de contornar a dificuldade de eletrificação no curto prazo: “Estamos construindo uma agenda positiva [com a Prefeitura], tentando dar caminhos. Uma solução para não ter tantos carros vencidos, fabricados em 2012, seria usar como base a limitação da infraestrutura da empresa de ônibus: por exemplo, se ela tem capacidade disponível para carregar trinta ônibus elétricos, mas precisa renovar cem carros, por que não renovar com outras setenta unidades Euro 6 [a diesel] ou com biocombustíveis?”. Para Barbosa a medida não significaria uma liberação formal para incorporar novos ônibus a diesel na frota, mas uma exceção temporária enquanto não se tem a infraestrutura 100% pronta para recarregar os ônibus elétricos: “Seria uma forma de substituir ônibus com mais de dez anos por outros com tecnologia diesel Euro 6 e biocombustíveis, trazendo um resultado muito bom para redução de emissões”. Barbosa recorda ainda que, por lei, o diesel já tem 14% de biodiesel, e também que os motores Euro 6 da Mercedes-Benz estão preparados para trabalhar com até 20% de biodiesel ou até 100% de HVO, outro biocombustível feito a partir de fontes renováveis. Divulgação/MB Divulgação/Scania Modelos Scania a gás devem se juntar à frota verde paulistana

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