AutoData | Setembro 2025 33 verno que verifica quais podem receber o benefício tarifário, e quais não. Ao todo 60% das peças foram enquadradas no regime ex-tarifário. Este volume de peças já considera a decisão, em 2024, de produzir outros dois modelos no Brasil, ambos utilizando somente motorização diesel. São eles o Haval H9 com sete lugares e a picape Poer, que voltou ao projeto, mas sem a propulsão híbrida. Para Márcio Alfonso, responsável pela introdução dos equipamentos e dos processos necessários à produção na fábrica de Iracemápolis, a tradicional velocidade chinesa para adotar novos planos trouxe maior complexidade. Porém, da mesma forma que as coisas podem mudar numa empresa chinesa, as soluções acontecem no mesmo ritmo: “Todo o trabalho de montar os equipamentos das linhas de produção e escrever, testar e validar os processos para os três modelos foi realizado em um tempo muito curto”. EXPECTATIVA ALTA EM NOVA FASE Com um portfólio que inclui cinco versões do Haval H6, três versões do Ora, uma opção do SUV Tank, acrescido agora de duas versões da picape Poer e o H9 de sete lugares, todos vendidos pela internet com preço fixo e faturados pela própria marca direto ao consumidor, a GWM inaugura uma nova fase no Brasil, com a expectativa de ampliar suas vendas. Inicialmente o H9 e a Poer P30 serão importados da China até a fábrica de Iracemápolis concluir todos os protocolos de produção, o que deve ocorrer no último trimestre de 2025. Mesmo assim a expectativa é de que os volumes de modelos GWM vendidos no País cresçam ainda em 2025 e sejam bem maiores em 2026. Por isto o presidente das operações internacionais da GWM, Parker Shi, durante a inauguração da produção em Iracemápolis, afirmou que a expectativa sobre os negócios no Brasil é alta, a ponto de esperar que a GWM possa produzir até 300 mil unidades por ano: “Temos planos maiores para o Brasil. Por isto precisamos de uma fábrica maior do que a de Iracemápolis”. Ele afirmou que a guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos e o protecionismo de alguns países faz a Great Wall Motor acelerar sua expansão internacional: “Nosso projeto é de localização dos negócios e das operações produtivas. Não sabemos o que pode acontecer no futuro quanto às tarifas e o protecionismo”. No caso do Brasil este “plano maior” encontra-se em estudos de viabilidade e de convencimento dos principais executivos chineses: “Esta é mais uma razão da presença de Mu Feng, nosso CEO global, no Brasil. Ele veio conhecer o potencial e nossas ambições de internacionalização com foco no Brasil”, enfatizou Shi. A ideia global da GWM é produzir metade das suas vendas globais fora da China. No ano passado foram negociados em outros países 450 mil veículos, o que representou 35% das suas vendas totais. Desta forma o Brasil pode se tornar, em um futuro não tão distante, o segundo maior fabricante de veículos GWM.
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