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Setembro 2025 | AutoData 60 desenvolvimento e inovação, o projeto para o Brasil ainda era o de produzir uma picape híbrida-flex. A primeira mudança ocorreu com a decisão de produzir somente o Haval H6 híbrido plug-in, e mais tarde, segundo Alfonso, veio a definição de criar uma nova linha para a picape Poer P30 e o Haval H9, ambos com a mesma motorização turbodiesel: “Este foi um desafio ainda maior porque tivermos de refazer todos os processos”. Alfonso descreve o passo-a-passo desses processos, como fluxo de abastecimento das linhas, controle de velocidade da produção, equipamentos específicos para montagem, controle logístico do material que chega no complexo, do material que vai para as linhas, qual a forma correta de retirar as peças das embalagens, o descarte para reciclagem... “Quando incluímos mais dois modelos neste processo você coloca centenas e centenas de itens a mais dentro da planta. Cada carro tem de novecentos a 1 mil itens cada um.” E não só isso: são diferentes equipamentos utilizados ao longo das linhas que transportam as plataformas ou chassis enquanto são soldados, encaixados e parafusados todos esses itens. Alfonso conta que foi necessário reescrever todos os manuais de processos de montagem em função das dimensões do edifício em Iracemápolis e da diferenciação de cada produto. DA SOLDA À MONTAGEM FINAL Foram feitas todas as programações dos robôs, que na área de armação, o bodyshop, são dezoito que soldam as partes das carrocerias, que são de formatos diferentes. Além dos robôs oitenta pessoas trabalham nessa área. Esse grupo demora 145 minutos para concluir a armação soldando 181 peças do Haval H6. O mesmo tempo é utilizado para as 71 peças do Haval H9 e as 152 peças da Picape Poer. “No bodyshop praticamente tudo é novo”. Poucos equipamentos da Mercedes- -Benz foram aproveitados: “Tivemos que revisar tudo o que estava dentro da fábrica, mas aproveitamos basicamente algumas ponteadeiras [pistolas de solda-ponto]”. Até a cabine de pintura, um diferencial desta unidade, precisou ser atualizada para se adequar aos padrões da GWM. E além da complexidade para aparelhar toda uma linha de montagem que possui diversos equipamentos é preciso, ao mesmo tempo, contratar e treinar as pessoas que vão operar o sistema. Para contratação de operários o histórico da Mercedes-Benz na região contribuiu para acelerar o processo para Alfonso, que já fez este mesmo trabalho desbravando o Nordeste quando não havia pessoas capacitadas para trabalhar numa fábrica de carros: “Facilitou um pouco as coisas porque no Estado de São Paulo há mão-de-obra já preparada. Mas Márcio Alfonso: projeto de produção alterado várias vezes. Rodrigo Laurito: à frente dos projetos de pesquisa e desenvolvimento da GWM no Brasil. GWM NO BRASIL » A PRIMEIRA FÁBRICA

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